ESCREVO

Estava aqui pensando, chego a marca de 2 anos escrevendo assiduamente de maneira autodidata, centenas de crônicas, pilhas de manuscritos inéditos guardados a sete chaves, ensaios espalhados em contas na internet, algo bom de ler aqui, acolá; muitas poesias e só no site Recanto das Letras são mais de 115 textos que fiz num período extremamente curto; o site em si me dá uma contagem de leitura então hoje seria muito mais de 9 mil; o que dá cerca de 70 leituras por texto (70 pessoas diferentes lê um texto semanal que aqui escrevo). Aonde estão essas pessoas?

Entretanto sempre recebo críticas e elogios. Mandam mensagem dizendo que gostaram de algo do qual eu não tive absolutamente prazer nenhum em escrever - o que sinto tesão em criar por vezes repetidamente não obtive tanto sucesso assim, tantos elogios... é cômico para dizer o mínimo.

Faz muito tempo que fujo do reconhecimento e venho até aderindo e deixando bem claro minhas posições (coisa que não fazia), ao mesmo tempo acho grosseiro os mais próximos que me perguntam o que penso dos carros voadores e da ideia velha da podre política, perguntam sem sequer me ler; é triste. Alguns compromissos geram mais inspirações que outros, e quando menos espero formo os mais belos escritos na mente e nunca lembro depois de passar para o papel, ossos do ofício. A marca em si das leituras e dos textos, ainda mais de todo este aprendizado é exorbitável e continuo com gosto e afinco não visando de modo algum o recebimento monetário (se vim é uma beleza, se não, ainda escrevo).

Para encerrar, a maior intenção nisso tudo é fazer bom uso da linguagem, é desfrutar o belo, é discernir as coisas boas das quais não são, é incentivar e saber que posso e devo construir um mundo a partir da leitura e da escrita, do desenvolvimento meu ao outro. Do que me impede de crescer e tornar outros gigantes, posso e devo, assim faço. Encerro agora de verdade sabendo que faço o que gosto e sou apresentado como quem faz o que gosta de fazer. Incoerência à parte - há de se fazer bom uso na terra; homens e mulheres assim vivem mais e melhor, os anos estão sendo generosos e agora continuo fazendo assim o que mais gosto, sabe lá o tanto de comentários que por isso já existiu em meu nome e na minha ausência. Fixo a ideia - só tem uma coisa pior do que falarem de nós, não haver comentários algum; e não é nem por isso que escrevo.