AS PREPARAAADAS...! AS POPOZUUUDAS...!!!!

“ As preparaaaadas! As popozuuuudas!”

Fila para comprar aquele tradicional frango assado de sábado, quando não temos tempo de preparar nada para o almoço, devido a alguma agenda inusitada , que se mete na nossa vida, sem aceitar que seja negada. Fila comprida, todos com estômagos ávidos por suculentos e dourados churrascos, como exige a nossa história de devoradores de outros tipos de animais. _Bem que poderíamos mudar essa exigência gastronômica, apesar de parecer impossível- Sem falar em outros estômagos, também ansiosos por alimentos, esperando em casa, feito passarinhos de biquinhos abertos, esperando que seus mentores matem a vontade de comer, para cumprirem a história de suas existências.

Naquela fila, todos esperam a voz alentadora do churrasqueiro :

_Este é o seu!

Aí, foi que de repente, não mais que de repente, como diz Vinícios ,em seu soneto, para nos alertar sobre as surpresas que a vida nos reserva , de repente, da angustiante espera se fez a gritaria. O grito da mulher fez estremecer até os pobrezinhos dos frangos temperados, queimando nas labaredas abrasadoras. Parecia o prenúncio apocalíptico, a terceira guerra mundial, os gritos eram mais que espetos rasgando aqueles pobres .

- O que significa issoooo....?!!!!!

Gritou a mulher, suspendendo uma peça íntima feminina nas pontas do polegar e indicador. Era tão minúscula, que não cobria nem uma asa de frango, imagine uma coxa. A peça não era uma daquelas que as mulheres abotoam nas costas para suspender aquilo que as diferencia dos homens. Era, antes, uma minúscula peça de formato triangular, com circunferências vazadas para meter as pernas. Não sei o que chamou mais atenção, se a peça ou o grito . Foi o grito? Foi a peça? Sabe- se lá!. Enquanto uns olhavam para a mulher , outros embaraçados olhavam para aquele pequeno retalho de tecido vermelho do vestuário feminino. Mas logo depois dessa curiosidade, a próxima era saber a qual dos mais infelizes dos seres humanos estava sendo dirigida aquele pergunta naquele momento. Cada cidadão olhou para o outro de trás, como numa pergunta silenciosa, será que é esse aí? Pra mim é que não é!

E a mulher se aproximou mais do cavalheiro mais próximo da churrasqueira à espera do seu próximo assado, porque um deles, ela já tinha levado para o carro. Faltava mais um, deveria haver umas três crianças esperando. Com nojo e indignação, desferiu aquela célebre frase que dizem as pessoas em suspeita de traição:

_O que significa isso?... Você anda me traindo? Bem que a bÍblia diz, orai e vigiai! E eu, há tempos que estou de olho no senhor!!! Com qual vagabunda você andou no nosso carro? Por isso anda a ouvir aquela música, São as cachorras,... as preparadas,.. as Popozudas,..! É no nosso carro que o tigrão está ensinando a dançar , é?..:

Todos achavam que iam ser esfolados pela mulher que parecia estar contaminada com a doença da vaaca louca. Comecei logo a convocar o meu mantra contra energias nefastas. E a mulher, com os olhos esbugalhados, dizia:

_Encontrei isso no banco traseiro do nosso carro!!.

O marido, já branco, pelo susto, disse pacientemente:

_Amor, esse não é o nosso carro. O nosso é aquele ali mais adiante. É da mesma cor e do mesmo modelo.

E para a integridade de todos, o verdadeiro dono do veículo, nem se pronunciou. Sabe-se lá, por quê. Pelo menos, até o momento em que estive ali na fila. Confesso que até fiz uma cerinha para saber quem ara o verdadeiro dono. Mas nada!

A mulher começou a rir, sem jeito, um riso amarelo, ...que até fazia dó..., pedindo desculpas ao marido. Depois? Não soubemos o que ocorrera. Mas cada casal que se pergunte pelos antes e pelos depois desse inusitado episódio.

E o marido:

_Uffa...Ainda não foi desta vez!_

Profa: Maria Edneuda Oliveira Pinto.

Claraliz Almodova
Enviado por Claraliz Almodova em 04/09/2020
Reeditado em 04/09/2020
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