O estranho mundo em que vivemos.

Memória do tempo que passou.

Temos, aqueles que têm, saudade daquele tempo de porta aberta, de coração limpo, da alma sem maldade. Esse tempo em que as pessoas se entretinham na rua, no chafariz, na horta, em contos de outrora, das festas das romarias, dos bailes, dos risos, das festas.

Do primeiro namoro, do casamento, do começo de nova família. Hoje tudo isso acabou. Quer seja na grande cidade, na pequena aldeia, naquele bairro tornado escuro, vive-se como metidos num casulo, em grupínho fechado sobre si mesmo, em real segregação social, divididos por preconceitos. Lugares há que vivendo no mesmo prédio, porta com porta, durante anos, os vizinhos se não conhecem. Sucede em todos os lugares. A socialização da família, das amizades, desfez-se em cinza, em preconceito de elite, de superioridade. Fecharam-se sobre si mesmas as famílias. As próprias famílias se transformaram em grupos fechados cada qual sobre si mesmo. Ruas desertas,portas fechadas,janelas sem luz, como almas na escuridão,existindo pensando que vivem. Assim se vai vivendo neste mundo em que continuamos pouco a pouco a destruir o modo civilizado em que vivia-mos,e agora nos querem transformar em números, sem nome, a que chamam modernidade. Vamos ainda no principio do caminho para onde estes loucos, denominados de governantes de agora, nos conduzem. As gerações que aí estão, outras que vão chegar e tiverem conhecimento como se vivia, vão maldizer o tempo em que vão viver.

Quo Vadis
Enviado por Quo Vadis em 04/09/2020
Reeditado em 04/09/2020
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