DOIS IRMÃOS
No primeiro dia de aula, notei que Lauro Antônio e Maria Inês foram designados pela direção da escola para ficarem na minha sala. Era uma segunda série do Ensino Fundamental, naquela época chamado de Primário.
Estávamos em março de 1968 e eu iria iniciar meu primeiro ano como professora naquele Grupo Escolar, em cidade pequena, no interior de Santa Catarina, onde, praticamente, todo mundo se conhecia.
Estes dois pequenos irmãos eram filhos da Zezé e do Ivo. Ela, prima de minha mãe. Eu os conhecia bem e tínhamos, além do parentesco, laços de amizade. Fiquei contente que as crianças ficariam sob minha responsabilidade para concluir seu segundo ano de estudo, cujo objetivo era saber ler, conhecer a tabuada e adquirir desenvoltura com as quatro operações, além de outras matérias. Era uma escola pública, gratuita, administrada por freiras, de muito bom nível, severa e bem conceituada, onde eu mesma havia estudado.
Coloquei os dois na primeira fila, juntos. Me chamavam a atenção por serem bem pequenos, inocentes, obedientes crianças. Davam-se bem e não causavam nenhum trabalho extra na classe. Gostava de olhar para eles, ali sentadinhos, tão bonitinhos, prestando atenção à aula.
Pelo menos uma vez a cada dois meses havia uma reunião de pais e professores. Excelente iniciativa da escola para que os responsáveis pelos alunos e os mestres se conhecessem, trocassem informações e ideias sobre o desempenho dos meninos e expectativas para o futuro dos mesmos. Zezé comparecia e conversávamos sobre as crianças. Ela me dizia:
“Se meus filhos não corresponderem, se forem desatentos, respondões ou, enfim, se forem maus alunos, pode bater!”
E eu dizia: Como? Bater? Essas crianças não dão trabalho algum! São bons alunos.”
Devo dizer que naquele tempo era até permitido dar umas reguadas, uns puxões de orelha, ou colocar de castigo quando o aluno desobedecia. E havia meninos terríveis, nos quais eu gostaria de dar uns cascudos...mas não o fazia. Não acredito em castigos físicos para educar uma criança e em hipótese alguma iria eu bater em Lauro Antônio e Maria Inês.
O mundo mudou tanto de lá para cá... Hoje tenho notícia de casos em que o aluno bateu no professor...ou, até o ameçou com uma arma...Pode?
Estávamos em março de 1968 e eu iria iniciar meu primeiro ano como professora naquele Grupo Escolar, em cidade pequena, no interior de Santa Catarina, onde, praticamente, todo mundo se conhecia.
Estes dois pequenos irmãos eram filhos da Zezé e do Ivo. Ela, prima de minha mãe. Eu os conhecia bem e tínhamos, além do parentesco, laços de amizade. Fiquei contente que as crianças ficariam sob minha responsabilidade para concluir seu segundo ano de estudo, cujo objetivo era saber ler, conhecer a tabuada e adquirir desenvoltura com as quatro operações, além de outras matérias. Era uma escola pública, gratuita, administrada por freiras, de muito bom nível, severa e bem conceituada, onde eu mesma havia estudado.
Coloquei os dois na primeira fila, juntos. Me chamavam a atenção por serem bem pequenos, inocentes, obedientes crianças. Davam-se bem e não causavam nenhum trabalho extra na classe. Gostava de olhar para eles, ali sentadinhos, tão bonitinhos, prestando atenção à aula.
Pelo menos uma vez a cada dois meses havia uma reunião de pais e professores. Excelente iniciativa da escola para que os responsáveis pelos alunos e os mestres se conhecessem, trocassem informações e ideias sobre o desempenho dos meninos e expectativas para o futuro dos mesmos. Zezé comparecia e conversávamos sobre as crianças. Ela me dizia:
“Se meus filhos não corresponderem, se forem desatentos, respondões ou, enfim, se forem maus alunos, pode bater!”
E eu dizia: Como? Bater? Essas crianças não dão trabalho algum! São bons alunos.”
Devo dizer que naquele tempo era até permitido dar umas reguadas, uns puxões de orelha, ou colocar de castigo quando o aluno desobedecia. E havia meninos terríveis, nos quais eu gostaria de dar uns cascudos...mas não o fazia. Não acredito em castigos físicos para educar uma criança e em hipótese alguma iria eu bater em Lauro Antônio e Maria Inês.
O mundo mudou tanto de lá para cá... Hoje tenho notícia de casos em que o aluno bateu no professor...ou, até o ameçou com uma arma...Pode?