Ela e ela e ela e anela
Com vinte e sete anos Poliana era virginiana. De olhos castanhos, um metro e setenta e sete de altura, tez morena, silhueta bela, lábios quentes, bustos fartos, usava óculos e tamanho oitenta de barriga e trinta e oito de calçados. De cada sensata hora que ela dava aulas era uma boa professora de matemática e língua portuguesa. E se casara com Joaquim homem bom, bonito e honesto. Somente tinha um defeito: não era rico. E tiveram dois meninos e uma menina com nomes Xavier, Sereno e Adamantina. E Poliana era versada em inglês, e Joaquim em francês. Já os três filhos eram versados em três línguas os três: inglês, francês e espanhol tirando a portuguesa língua nativa do Brasil. E ela Poliana escrevera cento e trinta livros de várias páginas e foi-se sucesso. E Joaquim fez cento e dez livros para se completar. Já o Xavier fez cento e sete livros, Sereno fez noventa e nove livros a Adamantina fez cento e dezessete uma vontade serena. E cada momento de que eles viviam serenas faces o eram. E Poliana era felicíssima com o concurso que passou no banco que estudara para passar por três anos. E foi a melhor funcionária por vinte e oito anos com a faculdade de matemática e língua portuguesa. E o chefe de Poliana somente a elogiava sempre. Com cada momento de que eles cinco foram amados por Deus tudo anuvia serem. E Poliana era feliz por ter um marido fiel a ela e ela a ele. E cada semblante e cada momento eles corriam como ventos boreais sempre uma linda vista. Xavier fez a autobiografia da mãe a boa Poliana. E Sereno fora médico clínico geral. E Adamantina fora psicóloga forense. E quando os cinco partiram da cidade foram para o interior paulista. Foram morar em Presidente Prudente. E comprou uma casa com quatro quartos, dois banheiros, uma cozinha, uma sala de estar, uma garagem para dois carros, uma área de lazer e um pequeno jardim. E quando ela completou oitenta e nove anos precisou de cuidados especiais. Ficara cega por causa de uma diabetes e enxergara pouco somente do olho direito e o esquerdo estava comprometido. E colocaram-na a seu próprio pedido em um asilo e visitava-a os quatro a cada três dias. E ela e ela e ela e anela ser sempre bela. E Poliana mesmo cega escrevia via voz seus livros e escutava livros em áudio. E Joaquim mesmo não precisando se internou para cuidar dela e ficaram juntos até a vida dela disser que Deus a chamasse para o céu, a pátria celeste. E morreu ela com cento e dois anos completos. E os filhos a enterraram no sepulcro da família juntos dos avós Juvenal e Clotilde. Juvenal morrera com cem e Clotilde morrera com cento e três completos. Poliana morrera sozinha e foi-se feliz ao céu o celeste encontro com Deus. De cada bela ela anela ser bela. E no epitáfio dela se escreveu: foi mãe, educadora, fiel, companheira, castíssima e feliz. Merece estar no sereno céu com Jesus. E cada semblante o amor é um ombro amigo. E os cinco foram pais e filhos felizes. Assim pelo ser o amor se faz prevalecer.