Poeta em Compotas
CONFESSO que estou sem saco para escrever sobre os problemas nacionais e sobre a pandemia, amanheci sem querer ler jornal e nem ouvir noticiário. Vou fazer uma pausa nas arengas políticas.
Vamos a um assunto mais ameno. Ontem recebi um telefonema de uma amiga, fera em literatura, autoridade em poesia. Ela rindo me perguntou por que, de repente, eu estava "cometendo" (ela falou cometendo com aspas) poesia. Ela sempre lê as minhas matraçadas (tem um patrulheiro que nçao gosta deste termo,vai estourar pelas costas feito cigarra) e se deparou com as letras de música. Disse que a princípio riu muito, mas que depois começou a compreender. E matou a pau o motivo: - Você está fazendo velho o que sempre teve vontade de fazer mas não tinha vocação, está brincando de compositor.
Não pude negar. Ela me conhece, sabe que sou arriado os quatro pneus pela músicae que nunca tive vocação para a danada, até assoviando sou desafinado. Foimais longe, disse algo que me surpreendi porque só eu sabia: disse que as letras, principalmente as de roedeira, eu fiz ouvindo a música na mente. É verdade. Toda letra de música que cometo eu faço ela pensando na música.
Por fim a amiga me disse que algumas das letras, com alguns ajustes, podem ser musicadas. Conhece um violonista e vai mostrar a ele uma meia dúzia. Fiquei bestinha. Mas ela ternimou a conversa me chamando de poeta em compotas. Está certa. Inté.