Amor proibido

O perigoso é mais gostoso. Tais palavras podem parecer fortes, mas esta não é uma crônica erótica, fique tranquilo, leitor. O que aqui lhes trago, nada mais é que um simples caso presenciado numa certa tarde de domingo.

Para quem gosta de sol e almoço em família, o dia estava perfeito. Pode parecer acaso do destino, mas parece que tenho facilidade para presenciar cenas curiosas. Pois bem, vamos a essa que até agora insiste em se fazer presente em minhas retinas.

Mas, antes de iniciar, quero que você, leitor, pense num amor proibido que um dia possa ter vivido. Quais sensações essas lembranças lhe trouxeram agora? Bem, sejam quais forem, com certeza não se comparam à emoção de um encontro proibido com esse amor naquela época. E foi isso que presenciei numa tarde de domingo. Até agora, essa narrativa parece não ter nada incomum, não fosse o fato de os personagens da história em questão serem duas crianças de, talvez, menos de 10 anos e, talvez, primos. Não cabem detalhes à cena, mas, com certeza, o que mais me impressionou foi a intensidade do beijo fortuito atrás do carro, dos olhos assustados indagando em volta possíveis olhares curiosos. Confesso que não resisti à vontade de rir copiosamente diante de tal cena. O casalzinho parecia apressado em viver aquele encontro. Risos, conversas e músicas ecoavam na casa, mas os dois pareciam pouco se importar com os acontecimentos, o beijo proibido era mais tentador, um beijo com olhos abertos, vigilantes e medrosos. Uns olhos que acabaram por me descobrir, rindo, diga-se de passagem, e que fizeram ambos saírem correndo, assustados pelo quintal de casa.

Zilmara Sooares
Enviado por Zilmara Sooares em 01/09/2020
Reeditado em 01/09/2020
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