Mestre

Na primeira aula do semestre. No odioso sono das sete da matina, ele, no sempre sorrir dos bondosos anjos que Deus nos envia assim, sem merecimentos maiores.

E nunca mais, nunca mais, cogitei a vida sem a estampa luminosa deste amigo que tanto a mim ensinou. Mesmo ficando anos sem vê-lo.

Sempre nossas conversas via fone sobre o que havíamos lido e minha parca paciência para com os entraves e o atraso do Sistema jurídico brasileiro.

Ele que teve tantas patentes militares. Ele que sempre soube e sabe a palavra mais doce para as dores alheias.

Ele que chamou meu filho à razão num momento em que me viu chorar nos corredores da faculdade.

Ele que nunca deixou essa aluna sem um lanche nos tempos não das "vacas magras", pois nem haviam vacas, somente o laborar e economizar centavos.

Ele que me contou sua história e eu chorei, mas guardei cada palavra como exemplo de um ser digno, forte, de fibra!

Ele tão amado pela turma, que foi o patrono.

Quando fui apertar aquela mão, quebrei os protocolos todos, e o abracei em agradecimento.

Passar pela beleza da vida mesmo com seus percalços e ter atravessado mais da metade dela tendo tão especial e querido amigo para dividir a jornada, é uma honra que eu credito a Deus por a mim, dar a permissão.

Então hoje, neste momento, eu peço a Deus por tí meu Mestre!

Melhora logo professor, aquele menino lindo que o Sr. as orelhas puxou com teu carinho, será papai! Meu neto chega junto à primavera, e eu quero que vocês se conheçam!

Melhora logo Mestre...

Com carinho e FÉ!

Dorothy Carvalho

Para o Mestre e amigo querido: Desembargador Aguinaldo Denizart Soares

Goiânia, hoje 31.08.2020

In Memoriam