(Na foto acima esta escrito: "Torna-se humana instantaneamente, somente adicionar café!")

O CAFÉ E A PROVA DE AMOR

Tem gente que  é viciada em chocolate, cigarro, ou outra coisa qualquer. Meu vicio e café. Se fico sem o pretinho de manha - as pessoas que me conhecem já notam.
Fico inquieta. Parece que não acordei. Viro zumbi...

O cafézinho tem que ser preto, pretinho, sem leite, sem açúcar, sem nada, bem fortinho, daquele tipo "levanta defunto". Mas não café Americano, que colocando num copo, você enxerga do outro lado. Tomo café Americano também, as vezes,  se estou  na rua, dou uma paradinha no Starbucks e peco  aquele fortinho. Mas mesmo assim fica longe do café brasileiro.
Descobri aqui o café colombiano, "Bustello", que é muito parecido com o café brasileiro.

Embora eu goste de café pretinho, não dispenso uma média com pão e manteiga nas Padarias do Brasil. Isso não existe em lugar algum nos Estados Unidos. E é o que mais gosto e faço quando vou para o Brasil. Aquele café com leite, (de preferência no copo)  e  é tão quente que fica dificil de segurar (e até isso é gostoso!).

Quando vou fazer algum exame de sangue  ou um procedimento e não posso comer nada por 12 horas é moleza pro Vasco,  posso ficar sem comer facilmente... mas sem meu cafézinho, ah! isso é difícil!

Lembro que na casa de meus pais a qualquer hora do dia, havia uma garrafa térmica com café em cima da mesa. Era ponto pacifico! 

Meu avô materno, que chamávamos de vovô Juquita, adorava uma xicrinha de nescafé  depois do almoço (que ele chamava de "nesquinha"). Todos ficavam  reunidos na mesa, e vinha a empregada com o nesquinha. Minha avó  cutucava o meu braço e dizia: "Ele sempre deixa o finzinho para mim". E eu ficava ansiosa olhando para meu avô tomar aquele cafézinho, rezando para ele não esquecer daquele finzinho, porque para minha avó era uma prova de amor. Mas ele podia estar entretido em qualquer conversa, que o finzinho era dela. Que linda lembrança!

Termino com uma poesia do Caio Fernando Abreu que muito gosto:


Um café e um amor… Quentes, por favor!

Um café e um amor… Quentes, por favor!
Sem excessos de doçura ou amargura.
Forte
Doce…
Que ambos façam meu coração acelerar.
Que me mantenham vivo.

Um café e um amor… Quentes, por favor!
E que de nenhum deles eu sofra de vício,
Mas que de ambos,
Eu possa me dar ao luxo do hábito

Um café e um amor… Quentes por favor!
Pra ter calma nos dias frios.
Pra dar colo
Quando as coisas estiverem por um fio.

E que eles nunca tenham gosto de ontem
Nem anseiem pelo amanhã
Que me façam feliz nesse agora,
Que me abracem pela manhã.

(Caio Fernando Abreu)

Mary Fioratti
Enviado por Mary Fioratti em 31/08/2020
Código do texto: T7050971
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