DOMINAÇÃO. CENA DE ABSTRAÇÃO NO BRASIL.
O alicerce da contestação feuerbachiana no gênero dialético/filosófico se ampara na questão de ficar o pensamento à margem do pensamento,viver a natureza dele distante, nossa essência violentada.
Seria ficar à mercê de um abstracionismo sem medidas. Foi mais ou menos a caminhada de Hegel. Feuerbach, via falta de unidade nesse sistema.
Segundo ele Hegel cursou do abstrato ao concreto, do ideal ao real, em caminho inverso.
Feuerbach desponta como a verdadeira proposta de inversão materialista do idealismo hegeliano.É como se a própria natureza fosse uma realidade derivada da ideia abstrata.
O artifício lógico usado por Hegel, para mim ilógico, aparece nesta síntese:
O procedimento da filosofia dialética assemelha-se ao da religião, ambas violentam o ser ao separá-lo de seus predicados. A filosofia de Hegel, pelo recurso da abstração, separa o ser de seus predicados. Exonera estes daquele.
Feuerbach entende que o homem torna-se “preso a si mesmo”, pois a sua essência é objetivada, se voltando contra ele mesmo nessas construções abstracionistas negativadas, frutos do niilismo.
Essa formulação será alvo das críticas de Marx e Engels na “Ideologia Alemã”.
Esse introito mostra o quadro atual brasileiro; de seguidos e seguidores das blasfêmias exorcizadas nas últimas eleições.
O cenário nacional investe contra uma ficta dominação, desenha um possível avanço do mandonismo tão conhecido nestas paragens. Nada de concreto desse passo. Surrealismo qualificado com proveito por Umberto Eco. Está na tribuna do parlamento, na mídia, na web. Só para as íris míopes ou com máculas vendadas em conjunto com as cataratas vindas fortes pelo genoma, compreende-se. São os cabrestos chegados com a chegada junto aos preceptores cegos por ausência de formação mínima. Conservas de deseducação. Que se sucedem em permanência.
A América Latina bebe sempre a cicuta populista. E ela gosta de se disfarçar. Coisa de farsantes. Nada de um protagonismo como do tal “fórum” expulso pelo voto.
E os que nutrem adoração por autoritarismos e os colocam no altar de devoção, miram suas setas na caminhada regular da nação, que mesmo havendo destempero do condutor, excedente, impróprio e indesejável, nada existe declarado como feito por um dos caciques condenados e gozando dos privilégios da lei de execução penal, “vamos tomar o poder pela ruptura”. Isso às portas do pleito.
O alicerce da contestação feuerbachiana se ampararia na seguinte verificação:
O homem “dilacerou-se de si mesmo”, perdendo, assim, as suas características que são encontradas no reino do pensamento. Esse reino e seus súditos vagam do absurdo ao movimento do andador dos sequelados. Não pensam, são párias de antônimos, são a própria projeção do que queriam e não conseguem e nunca conseguirão, e como expulsam o pensamento lógico, por insuficiência, repetem o que já se foi como em colégios de péssimo alunado.