O ESCORPIÃO
Quando meu falecido marido, Celso, estava no último ano de seu curso na Academia Militar de Agulhas Negras, foi surpreendido por um convite do Exército Americano para visitar alguns dos maiores fortes naquele país e, finalmente, conhecer West Point. A condição era de que a Academia brasileira selecionasse cinco dos alunos com as melhores notas. Desse modo, os cinco cadetes que se distinguiram por dedicação e estudo, foram para os EUA e lá, acompanhados por dois oficiais das forças armadas, que serviram de anfitriões e cicerones, começaram essas visitas pela Flórida, Texas e, depois Arizona. Nesse estado, após conhecerem o Fort Huachuca, foram a Tombstone, lugar onde se deu o famoso tiroteio de OK Corral que teve como protagonistas os irmãos Earp e seu amigo Doc Holliday, contra os foras da lei liderados por Ike Clanton.
O mais famoso dos irmãos é Wyatt Earp que foi imortalizado em livros e muitos filmes. Nesse bang-bang morreram três bandidos mas não seu líder. Ike Clanton e um outro comparsa escaparam. Dois membros do grupo de Wyat Earp se feriram, mas sem gravidade, ninguém morreu e Wyatt escapou ileso. Um irmão deste, Virgil, que era xerife na ocasião, sobreviveu, porém foi morto mais tarde pelos mesmos inimigos em uma emboscada.
Celso me contou que no cemitério da cidade existe uma lápide no túmulo de um dos elementos mortos, onde se lê:
“Shot by five bullets, no more no less.”
Entretanto, o foco de minha crônica não é este fato histórico, mas algo bem mais prosaico.
A pequena cidade de Tombstone é visitada por centenas de turistas. Há hotéis, restaurantes e, naturalmente, muitas lojas que vendem lembranças. Num desses comércios, Celso encontrou algo absolutamente insólito. Um escorpião perfeitamente conservado, encerrado em uma cápsula de resina transparente, um chaveiro. Artigo confeccionado com esmero e segurança, pois o escorpião está morto. No Arizona há grandes áreas desérticas, habitat de escorpiões e outros animais peçonhentos.
Meu marido o guardava no bolso de um paletó e sempre que vestia essa peça de roupa, exibia seu “amuleto” para as outras pessoas e se divertia com a reação delas.
Era surpreendente como esse animal, mesmo morto, provocava repulsa, temor e medo. Da primeira vez que o vi, causou-me estranheza, mas com o tempo, passei a considerá-lo apenas um souvenir de mau gosto.
O mais famoso dos irmãos é Wyatt Earp que foi imortalizado em livros e muitos filmes. Nesse bang-bang morreram três bandidos mas não seu líder. Ike Clanton e um outro comparsa escaparam. Dois membros do grupo de Wyat Earp se feriram, mas sem gravidade, ninguém morreu e Wyatt escapou ileso. Um irmão deste, Virgil, que era xerife na ocasião, sobreviveu, porém foi morto mais tarde pelos mesmos inimigos em uma emboscada.
Celso me contou que no cemitério da cidade existe uma lápide no túmulo de um dos elementos mortos, onde se lê:
“Shot by five bullets, no more no less.”
Entretanto, o foco de minha crônica não é este fato histórico, mas algo bem mais prosaico.
A pequena cidade de Tombstone é visitada por centenas de turistas. Há hotéis, restaurantes e, naturalmente, muitas lojas que vendem lembranças. Num desses comércios, Celso encontrou algo absolutamente insólito. Um escorpião perfeitamente conservado, encerrado em uma cápsula de resina transparente, um chaveiro. Artigo confeccionado com esmero e segurança, pois o escorpião está morto. No Arizona há grandes áreas desérticas, habitat de escorpiões e outros animais peçonhentos.
Meu marido o guardava no bolso de um paletó e sempre que vestia essa peça de roupa, exibia seu “amuleto” para as outras pessoas e se divertia com a reação delas.
Era surpreendente como esse animal, mesmo morto, provocava repulsa, temor e medo. Da primeira vez que o vi, causou-me estranheza, mas com o tempo, passei a considerá-lo apenas um souvenir de mau gosto.