O futuro não pertencia à nós
conversávamos e ríamos até a barriga doer sem nos preocupar com o futuro, porque o futuro não pertencia à nós. olhava dentro dos teus olhos porque sabia que poderia não vê-los novamente, e ficava presa àquele momento em que a gente existia sem uma esperança de um amanhã. vivia contigo o primeiro e último dia de nós todas as vezes, porque tu era inconstante e eu também, então não havia como manter promessas se não éramos bons nisso. nos perdíamos um no outro com a intensidade de quem sabia que aquilo poderia ser um momento único, e eu te dava as melhores partes de mim, e tu me dava tuas melhores versões de bom grado. éramos perfeitos um pro outro naquele espaço de tempo porque para nós só existia aquele instante: o instante que eu te queria até a alma, e o instante que você me tocava tão profundamente até chegar à minha.