B A H I A
Estive lá outro dia, para conhecer seus encantos, seu misticismo, sua
historia e sua gente. Um patrimônio artístico e cultural formidável, seus fortes e museus, como o do Carmo, a prataria do Gerson, o artesanato
do Mercado Modelo, descontraído, cantando e sambando a toa, sob qual-
quer pretexto. Lá tudo é carnaval!...
À saída do Mercado, as baianas de branco e seu acarajé, os malandros
de capoeira, as ciganas e adivinhas da sorte, o berimbau, o atabaque, o
afochê, o pandeiro, o crioulo cantando, gente dançando, frenéticos, o
Elevador Lacerda subindo e descendo, levando e trazendo a festa do po-
vo.
A Praça Castro Alves (... " a Praça Castro Alves é do povo, como o céu
é do avião" - Caetano), a Igreja do Senhor do Bonfim (... "me arranje
outra morena igualzinha pra mim" - Caimi), a casa humilde da Mãe Meni-
ninha ("... ai, minha mãe, minha Mãe Menininha" ... - de novo Caimi), a
Ladeira do Pelourinho, cenários inesquecíveis e de rara beleza, a velha e
saudosa Bahia (... "ai, Bahia, ai, ai! Bahia que não me sai do pensamento, ai, ai"...).
À tarde, um passeio pelas praias, Itapoã, coqueiros, uma visita à lendá-
ria Lagoa do Abaeté ("... Abaeté tem uma lagoa escura" - Baden Powel,
em "27 Horas de Estúdio) e depois o regresso ao hotel, cansado mas fe-
liz, bem feliz!
Dois dias de agradável encantamento e o avião me trouxe de volta ao
Recife, a "Veneza Brasileira", outra terra linda e esplendorosa deste nos-
so amado Brasil!...
Hoje, somente a saudade! Até quando eu puder vê-la de novo, Bahia,
terra mística, cheia de vida, feitiço e veneno!...
-o-o-o-o-o-
B.Hte., 25/08/20
OBS:- crônica escrita em 1964.