A COBRANÇA

Dentre os deveres e obrigações no dia a dia, é quase impossível não depararmos com o que nos é devido!

A dívida, nos bate a porta como uma visita indesejada.

E tira muitas vezes o que não temos.

Menos a nossa dignidade, esta com certeza não está a venda.

Valores incalculáveis!

O problema é a gula de nossos anseios.

Queremos muito, para muito pouco tempo!

Então o questionamento: Como não ter, em um mundo tão materialista?

Antes nus, agora vestidos, desde que nascemos, nos envelopam com algo adquirido, tudo tem seu preço.

Há bem da verdade, pagamos para viver.

Abro a porta e deparo com ele, àquele cidadão que bate em minha porta, olho com um olhar de já ter o visto antes. E porque ele vem insesante em um determinado tempo, por conta de um acordo entre as duas partes, cobrando o que lhe e de direito, pois nele também paira o peso da sua própria responsabilidade.

Daí vem aquela pergunta interior do eu para o outro.

O que eu posso fazer para não te pagar?

Nada!

Impossível!

Prefiro ficar na falta, do que já nao era meu.

Todos temos nossas dívidas, enfim somos esta troca social, um escambo de papel e mercadoria, este movimento puramente capitalista.

Pronto está aqui!

E lhe entrego o que cabe acertar.

E lhe pergunto:

Estamos quites até o momento?

Onde ele balança a cabeça, em um gesto afirmativo de concordância e vai embora.

Eu me despeço com aquele olhar de que em breve o verei novamente.

E digo:

Até aproxima!

E mêsmo assim com um suspiro de dever cumprido, fecho a porta, e volto para meus afazeres.

E saibam que; com toda certeza, eu também baterei em outras portas.

Pois nada e gratuito; se não é conta de água, é o aluguel, e luz, a conta da padaria e por aí vai.

A cobrança tem seu giro próprio, e sei que todos saberão em um estágio das suas vidas, que o pagar e o receber é uma roda que não para.

( Do meu livro: Textos Avulsos)

(Autor: George Loez)