SAUDOSISMO
Ao longo do tempo tínhamos a Cia. Paulista de Estrada de Ferro, que nós de Porto Ferreira, viajamos para a capital de São Paulo, era uma viajem tranquila, apesar de demorar 6:hs00 até a Estação da Luz. O apito da Maria Fumaça, continua no subconsciente: “piuí... piuí... piuí... café com pão manteiga não, café com pão manteiga não”. Bateu o saudosismo.
Entrou governo saiu governo, acabaram com o transporte ferroviário, só nos resta viajar de ônibus, e vamos nós para a capital de São Paulo.
Depois de 4:hs30m viajando de ônibus para a capital, chegando lá, e vamos embarcar no Metrô.
De preferência sempre embarco no último vagão, onde conseguimos ir sentado. Uma vez caminhando para o fim da estação, encontro um cidadão de bermuda, um tanto surrada afinando o seu cavaquinho. Músico atrai música, levei uma conversa rápida com ele, que dizia ser compositor. Que legal então somos dois.
O Metrô chegou na estação, entrei no último vagão, o músico não vi mais, achou que ele entrou em outra porta. Minutos depois escuto o músico fazendo “base” no cavaquinho, me pareceu ser ritmo de xote, de fato, começou a cantar uma música de “Alceu Valença”, morena rosa de caju...
Olhei para trás vi no chão do vagão um chapéu, e alguém lhe dando moedas, daí eu também dei umas moedas, hoje em dia é muito raro carregar dinheiro, é tudo na base do cartão de plástico, débito e crédito. O músico agradecia tudo que recebia, enfim poucas moedas.
Foi a primeira vez que vejo alguém cantar num vagão do Metrô. Chegando na Estação da Luz ele se mandou, daí entra um camarada vendendo máscaras de face para evitar o maldito vírus chinês. Ele conseguiu vender algumas e logo desceu na estação São Joaquim. Entra outro cidadão vendendo balas. Enfim cada um se vira como pode. Metrô dos camelôs.