Se alguém lhe oferecer amor como se fosse um prato de sobremesa em dia de domingo, recuse. Diga que está em fase de reeducação alimentar, que tem restrições alimentares, que é hiperglicêmico ou hipoglicêmico. Não que um docinho, vez ou outra, seja o vilão, mas convenhamos, tudo que é doce em demasia, enjoa rápido. Agradeça também a Coca-Cola sem gás, o queijo sem furinho, o peixe sem limão e o pudim sem calda.
Uma leiteira sem apito representaria bem o sentimento de amor: enquanto espera ferver o leite, com os olhos fitados, nada acontece, de repente resolve lavar as mãos. O retorno é implacável: o fogão está todo tomado pelo líquido, já queimando nas trempes e você se justifica mentalmente afirmando que foi apenas um minuto. O cheiro é inevitável e a sujeira que parece cola grudenta é difícil de limpar, quem sabe se colocar de molho?
Uma partida de xadrez? O rei pomposo vai de casa em casa, mas a rainha, soberana, pode ir a qualquer lugar ou direção. Será? O amor tem mesmo umas torres, cavalos e uns peões... Sem preconceitos!
Mas se alguém lhe oferecer amor, receba de bom grado, mas antes lave, pendure no varal e espere secar para ver se o tecido é forte ou se desbota no primeiro enxágue. Deixe de molho no “cloro ativo”, por alguns minutos, se estiver contaminado pelas bactérias inerentes a ele, logo, logo será visível! Receita caseira, não similar à de bolo.
Que seja cortesia, nada em troca. Nem mesmo “couvert artístico”. Tem muito artista fazendo malabarismo pra sobreviver...
Amor não é conto de fadas cujo sapatinho de cristal encaixa, nem magia branca das bruxas imaginárias, nem pode ser salvo como PDF para ser lido como se fosse um livro digital, no Kindle. É livro físico, uma vez lido fica guardado e quando o assunto é bom, a recomendação é instantânea: você precisa ler o amor!
Se vier com manual de instruções então, corra! Maratona da São Silvestre! Não cabe separar em tópicos os sentimentos nobres, teoria da improbabilidade de preservação da liberdade e naturalidade. Critério “sine qua non”...
Se a oferta vier por telefone ou via redes sociais de qualquer espécie, inclusive Tinder, melhor tentar uma lupa via fatos e fakes. Já vi muito estelionatário do amor se derretendo em poesias românticas capazes de prender e sequestrar sentidos, sendo julgado e sentenciado por seus crimes de violência física e psíquica..
Ah, mas se alguém lhe ofertar amor, pergunte antes sobre a procedência. Pesquise o processo em que foi confeccionado. Se a relação com os ascendentes é respeitosa e amigável. Observe também se o pacote foi violado, antes da entrega, se o destinatário é mesmo você ou se foi entregue no endereço errado. Se a embalagem for suntuosa demais, desconfie. Amores de verdade não cabem em pacotes de luxo! Abra com cuidado, se perceber que a caixa foi reaproveitada, fique com o pé atrás, e se ao abrir ver, ao invés de flores, explosivos, queira devolver ao remetente, registrado. Ninguém merece menos do que está disposto a dar!
Uma leiteira sem apito representaria bem o sentimento de amor: enquanto espera ferver o leite, com os olhos fitados, nada acontece, de repente resolve lavar as mãos. O retorno é implacável: o fogão está todo tomado pelo líquido, já queimando nas trempes e você se justifica mentalmente afirmando que foi apenas um minuto. O cheiro é inevitável e a sujeira que parece cola grudenta é difícil de limpar, quem sabe se colocar de molho?
Uma partida de xadrez? O rei pomposo vai de casa em casa, mas a rainha, soberana, pode ir a qualquer lugar ou direção. Será? O amor tem mesmo umas torres, cavalos e uns peões... Sem preconceitos!
Mas se alguém lhe oferecer amor, receba de bom grado, mas antes lave, pendure no varal e espere secar para ver se o tecido é forte ou se desbota no primeiro enxágue. Deixe de molho no “cloro ativo”, por alguns minutos, se estiver contaminado pelas bactérias inerentes a ele, logo, logo será visível! Receita caseira, não similar à de bolo.
Que seja cortesia, nada em troca. Nem mesmo “couvert artístico”. Tem muito artista fazendo malabarismo pra sobreviver...
Amor não é conto de fadas cujo sapatinho de cristal encaixa, nem magia branca das bruxas imaginárias, nem pode ser salvo como PDF para ser lido como se fosse um livro digital, no Kindle. É livro físico, uma vez lido fica guardado e quando o assunto é bom, a recomendação é instantânea: você precisa ler o amor!
Se vier com manual de instruções então, corra! Maratona da São Silvestre! Não cabe separar em tópicos os sentimentos nobres, teoria da improbabilidade de preservação da liberdade e naturalidade. Critério “sine qua non”...
Se a oferta vier por telefone ou via redes sociais de qualquer espécie, inclusive Tinder, melhor tentar uma lupa via fatos e fakes. Já vi muito estelionatário do amor se derretendo em poesias românticas capazes de prender e sequestrar sentidos, sendo julgado e sentenciado por seus crimes de violência física e psíquica..
Ah, mas se alguém lhe ofertar amor, pergunte antes sobre a procedência. Pesquise o processo em que foi confeccionado. Se a relação com os ascendentes é respeitosa e amigável. Observe também se o pacote foi violado, antes da entrega, se o destinatário é mesmo você ou se foi entregue no endereço errado. Se a embalagem for suntuosa demais, desconfie. Amores de verdade não cabem em pacotes de luxo! Abra com cuidado, se perceber que a caixa foi reaproveitada, fique com o pé atrás, e se ao abrir ver, ao invés de flores, explosivos, queira devolver ao remetente, registrado. Ninguém merece menos do que está disposto a dar!