Agosto sempre foi um mês marcante para os nascidos em Congonhas, cidade mineira tombada pelo patrimônio histórico e cultural da humanidade.
A cidadezinha que possui algumas das maiores obras do Mestre Aleijadinho, da época do barroco, é considerada um pólo vivo de tradição secular.
Além do mais, a figura de Feliciano Mendes, guarda a magia e a espiritualidade de forma singular: a ele é ofertado o título de criador do templo. No interior da igreja, se encontra a cruz que carregou dezenas de dias para enfim, encontrar a casa do Bom Jesus!
Só isso bastaria para fazer de Congonhas uma imagem de selos, mas nasceu e viveu na cidade, Zé Arigó, famoso por suas cirurgias espirituais de cura, tendo sido inclusive, considerado “o médico dos médicos” de um filho do cantor Roberto Carlos.
O vento forte da região das montanhas parece descansar o corpo pesado pelo excesso de mutações sofridas pela natureza, em especial, os recursos naturais não renováveis, como o minério de ferro.
Foi o escritor e poeta itabirano Carlos Drummond de Andrade que descreveu com propriedade a atividade minerária na região e as implicações desastrosas do acelerado processo de extração.
Contudo, é agosto que vem assobiando para avisar sobre a visita mais aguardada: o Jubileu do Bom Jesus.
A cidade histórica é cercada de barracas, ao longo das ruas de aclive acentuado, que levarão até o ponto mais alto: a igreja do Bom Jesus de Matozinhos.
A cidade respira “Jubileu “. Tão verdadeira essa afirmativa que entre os moradores do município o assunto mais tocado é o “cheiro de Jubileu”.
O Jubileu do Bom Jesus é uma festa religiosa de quase trezentos anos, que une economia e religiosidade em quase cinco quilômetros de distância.
As características naturais do evento sofreram inúmeras modificações. No início, havia um local que lembra um estádio de futebol, onde as arquibancadas seriam uma espécie de leito para os “romeiros” que vinham cumprir suas promessas. As filas eram quilométricas e o cristão eufórico e grato, percorria a maioria do trajeto, de joelhos. A cidade recebia em média, 10 mil pessoas por dia. Vinham em caravanas, celebravam e logo depois faziam compras nas barracas. Estas surgiram, inicialmente, como fonte de renda para contribuir com os romeiros.
Desde que tinha três anos de idade, nunca perdi um ano sequer do evento. Não só pela questão religiosa, mas pela tradição clássica que mantém viva essa devoção.
Inúmeros eram os doentes que vinham em busca de cura, inclusive os portadores de lepra, hanseníase. Para estes, o alimento era feito de forma gratuita e, ainda, recebiam benefícios pecuniários provenientes da doação de empresas com crescimento econômico anual positivo.
Os sacerdotes utilizavam um antigo seminário para permanecer na cidade durante os sete dias de festa.
Mas, enfim, passei por Congonhas e senti o cheiro de Jubileu, mas não avistei nenhuma demarcação de espaço, nem a estrutura da barraca de churros, bem debaixo do viaduto, nem os restaurantes se movimentando para uma “quentinha” para os comerciantes que ocupam provisoriamente espaço público dos cargueiros do passado. Não há fiscais com as pranchetas na mão. Não há policiais de moto e bicicleta. Não há padres perambulando pelo calçamento.
Não se vê ao longe, as luzes refletidas da igreja, e nem a rádio local manda mensagem para o clube dos amigos.
Não há sorrisos esperançosos, não há proibição de tráfego veículos.
Os terços e as velas não estão à venda.
O Jubileu, neste ano, será via internet pelas redes sociais. Não haverá abraço, não há promessa...
O perfume do Jubileu deixou apenas sua essência no ar! Há um silêncio dos sinos... À gosto de Deus...
A cidadezinha que possui algumas das maiores obras do Mestre Aleijadinho, da época do barroco, é considerada um pólo vivo de tradição secular.
Além do mais, a figura de Feliciano Mendes, guarda a magia e a espiritualidade de forma singular: a ele é ofertado o título de criador do templo. No interior da igreja, se encontra a cruz que carregou dezenas de dias para enfim, encontrar a casa do Bom Jesus!
Só isso bastaria para fazer de Congonhas uma imagem de selos, mas nasceu e viveu na cidade, Zé Arigó, famoso por suas cirurgias espirituais de cura, tendo sido inclusive, considerado “o médico dos médicos” de um filho do cantor Roberto Carlos.
O vento forte da região das montanhas parece descansar o corpo pesado pelo excesso de mutações sofridas pela natureza, em especial, os recursos naturais não renováveis, como o minério de ferro.
Foi o escritor e poeta itabirano Carlos Drummond de Andrade que descreveu com propriedade a atividade minerária na região e as implicações desastrosas do acelerado processo de extração.
Contudo, é agosto que vem assobiando para avisar sobre a visita mais aguardada: o Jubileu do Bom Jesus.
A cidade histórica é cercada de barracas, ao longo das ruas de aclive acentuado, que levarão até o ponto mais alto: a igreja do Bom Jesus de Matozinhos.
A cidade respira “Jubileu “. Tão verdadeira essa afirmativa que entre os moradores do município o assunto mais tocado é o “cheiro de Jubileu”.
O Jubileu do Bom Jesus é uma festa religiosa de quase trezentos anos, que une economia e religiosidade em quase cinco quilômetros de distância.
As características naturais do evento sofreram inúmeras modificações. No início, havia um local que lembra um estádio de futebol, onde as arquibancadas seriam uma espécie de leito para os “romeiros” que vinham cumprir suas promessas. As filas eram quilométricas e o cristão eufórico e grato, percorria a maioria do trajeto, de joelhos. A cidade recebia em média, 10 mil pessoas por dia. Vinham em caravanas, celebravam e logo depois faziam compras nas barracas. Estas surgiram, inicialmente, como fonte de renda para contribuir com os romeiros.
Desde que tinha três anos de idade, nunca perdi um ano sequer do evento. Não só pela questão religiosa, mas pela tradição clássica que mantém viva essa devoção.
Inúmeros eram os doentes que vinham em busca de cura, inclusive os portadores de lepra, hanseníase. Para estes, o alimento era feito de forma gratuita e, ainda, recebiam benefícios pecuniários provenientes da doação de empresas com crescimento econômico anual positivo.
Os sacerdotes utilizavam um antigo seminário para permanecer na cidade durante os sete dias de festa.
Mas, enfim, passei por Congonhas e senti o cheiro de Jubileu, mas não avistei nenhuma demarcação de espaço, nem a estrutura da barraca de churros, bem debaixo do viaduto, nem os restaurantes se movimentando para uma “quentinha” para os comerciantes que ocupam provisoriamente espaço público dos cargueiros do passado. Não há fiscais com as pranchetas na mão. Não há policiais de moto e bicicleta. Não há padres perambulando pelo calçamento.
Não se vê ao longe, as luzes refletidas da igreja, e nem a rádio local manda mensagem para o clube dos amigos.
Não há sorrisos esperançosos, não há proibição de tráfego veículos.
Os terços e as velas não estão à venda.
O Jubileu, neste ano, será via internet pelas redes sociais. Não haverá abraço, não há promessa...
O perfume do Jubileu deixou apenas sua essência no ar! Há um silêncio dos sinos... À gosto de Deus...