Um conto macabro

Numa sala de interrogatório, o delegado instiga o depoente:

- Então o senhor é gerente de supermercado?

- Hipermercado! Sou gerente do Maior Hipermercado dessa cidade!

- Como que não viram um homem armado no mercado que matou 17 pessoas?

- Ele não possuía perfil de criminoso!

- Como assim?

- Ele era alto, vestia um terno alinhado, cabelo bem aparado, barba feita, olhos azuis, era claro, parecia um deputado.

- Mas ele matou 17 pessoas! 17!!!

- Doutor, o Senhor conhece nosso hipermercado, é enorme. Temos centenas de colaboradores e milhares de clientes circulando, não podíamos parar. Sabe quanto prejuízo teria, fechando 4 horas antes do previsto?

- Não me importa. A única coisa que me importa são aqueles 17 mortos. São 17 mortos é uma pandemia de mortos!

- Que pandemia doutor? Para o nosso porte de hipermercado, isso não chega nem a um surto, está mais para uma gripezinha.

- Como o Senhor chegou a gerenciar algo desse tamanho?

- E que atendo os requisitos do Mercado... digo, do Hipermercado!

- Nem precisava responder, era pergunta retórica.

- Retórica?

- Eu gostaria mesmo de saber, quando resolveram chamar a policia para conter os crimes?

- Quando acabou os guarda-sóis!