ENCILHANDO PENSAMENTOS
Ouvindo “GUARDE NOS OLHOS” de Vitor Martins e Ivan Lins que entre outros versos diz:
“ Guarde nos olhos a água mais pura da fonte
Beba esse horizonte toque nessas manhãs
Vai junto com a gente com a gente
Vamos pra Capital
Vai um pouco com a gente
Vai dentro da gente
Rumo a Capital...”
Esses versos me conduziram ao papel
do personagem e me emocionaram profundamente me fazendo pensar no sofrimento que deve ser se distanciar da sua terra, dos seus afetos e dos seus costumes pra enfrentar as incertezas da cidade.
Nesse meio tempo lendo o livro intitulado “Terra Xucra” de Manoelito de Ornnellas , fui tocado por sua extraordinária
sensibilidade quando relata sua especial afeição por um cavalo de sua propriedade. Na despedida, sabendo que devido ao expressivo tempo da sua ausência não encontraria mais o animal vivo, pediu a um empregado da estância que quando seu cavalo estivesse velhinho soltasse o animal nos campos.
Nesse gesto o escritor manifesta um profundo sentimento de amor a natureza e uma visão da dimensão da liberdade até então inesperada e retratada pelo autor que nos permite na imaginária metáfora do horizonte pampeano, uma visão do infinito, porém sem antes ser percorrida por espaços de solidão, mas sempre mantendo altivez na preservação de valores como lealdade, hospitalidade e coragem.