Uma brasa de cigarro se apagando no oceano da ignorância
A modinha do momento é defender a ciência, mais de 20 anos depois que “O Mundo Assombrado pelos Demônios” foi escrito como um ato de desespero saindo de Carl Sagan. O engraçado é o contraste entre a bandeira da ciência sendo balançada pela ventania causada pelos mapas astrais, pelos cristais, pela espionagem alienígena, pelo medinho da assombração, pelo espanto que você tem quando ouve alguém falar em pomba gira, pela espera do milagre reforçado pelo vírus da fé, pela aversão aos gatos pretos, pelo benzimento que você faz em si cada vez que se depara com uma macumba, ou quando passa do lado de uma igreja...
A ciência continua sendo só uma brasa de cigarro se apagando no oceano da ignorância e a fala do Homem do Subsolo reverbera ironicamente e contraditoriamente: “ Tenho instrução suficiente para não ser supersticioso, mas sou”.