A vida, em algumas ocasiões, pode tornar-se uma distopia ou um utopia. A forma como encaremos as coisas nos surpreende de acordo como colocamos expectativas nelas ou de acordo com o ponto de vista que vemos as coisas. Há muito desafios a serem encarados ao longo da jornada que percorremos, e durante elas atrevemo-nos a refugiar da melhor forma possível para que possamos ficar com uma paz de espírito cada vez mais leve. Cada um faz à sua maneira, realizando escolhas pessoais para que consiga fugir de sua zona de conforto ou desconforto. Um modo mais simples é por meio da literatura, cuja imaginação presente nos livros nos auxilia a viajar em mundos diferentes em cada palavra lida.
Em Utopia, o estadista e filósofo inglês Thomas More (1478 - 1535) faz uma crítica a uma Inglaterra que não contempla a toda uma sociedade de com uma justiça justa, ou seja, com equidade. More vai atrás de um mundo que seja ideal para todos os indivíduos que desejam viver em uma sociedade sem as dificuldades da realidade. A obra lembra muito o ideal platônico de sociedade descrito em A República: nela, Platão defendia os ideais de uma classe em particular que precisasse de mais ajuda, qualquer fosse. A existência de filósofos em uma sociedade, segundo o autor, auxiliaria muito na escolha das melhores ideias que contribuíssem para uma excelente administração política, pois o filósofo busca uma verdade absoluta e conhecimento correto e concreto com o intuito de alcançar virtudes sinceras e uma ética moral quase não usada por muitos.
E o que a literatura tem a ver com tudo isso? A literatura promove cada vez mais acesso a conhecimento, que dá poder ao indivíduo que procura ascender a sua posição, seja social, individual, profissional. A leitura nos ajuda a ter acesso à cultura, e quanto mais cultura adquirimos, melhor compreendemos o mundo que nos cerca e interpretamos de modo mais coerente as situações que nos pedem mais seriedade e crítica. Portanto acesso aos livros é o único modo para que a sociedade se desenvolva com mais efetividade, com uma justiça que atenda a todos os cidadãos. Há diversos conteúdos que possam ser atendidos pela literatura e por meio de diversas experiências. Segundo o crítico literário brasileiro Antônio Cândido (1918 - 2017), a obra apresenta uma configuração ao mesmo tempo própria e de acordo com as condições sociais que firmam sua posição, haja vista existirem diversos fatores que contribuição com sua formação, como valores sociais, ideologias e as técnicas defendidas na época.
A literatura deve ser preservada como a forma mais concreta e ideal para se desenvolver o senso crítico e para se argumentar os acontecimentos da sociedades. O efeito prático que uma produz é deixar melhor a conduta humana e a acepção sobre o mundo, o que pode fortalecimento o sentimento sobre os verdadeiros valores sociais e de mundo. Assim o conteúdo da obra, quando verdadeira e amorosamente elaborada para o bem, põe o escritor sob o aspecto de multiplicador de motivação, modificando direta ou indiretamente a vida de seu leitor. A literatura representa, decerto, a realidade de a quem a escreve, pois a relação entre literatura e sociedade é visível devido a representar por meio da narrativa e dos versos as características de uma sociedade e de sua época. Analisar o discurso literário é muito mais que representar elementos sociais por meio da traços linguísticos, tendo em vista os fatores que Jakobson estabelece para explicar a comunicação - emissor, mensagem, destinatário, contexto, código e contato.
A realidade se torna possível em um texto para delinear o discurso humano e dá voz a uma sociedade inteira ou a um grupo específico por meio de personagens. Vemos, por exemplo, em a Ilíada e a Odisseia, de Homero, a representação de uma parcela importante da humanidade, onde se expõem, se representam e se discutem traços culturais, políticos e religiosos de uma época remota, servindo de base não somente para estudos literários, como também para filosóficos e sociológicos. A literatura entra aí repleta de elementos referenciais do mundo, um conjunto de elementos que imitam ou refletem as ações humanas por meio de uma linguagem literária, como Aristóteles analisava a realidade mimética: a verossimilhança da realidade como algo natural, assim como em um jogo entre conteúdo e ideias, o que explica Hjelmslev: “[...] para a poesia clássica, a literatura é caracterizada pela ficção enquanto forma de conteúdo, isto é, enquanto conceito ou modelo".
O que se pode entender com isso tudo? A literatura como história ou a história como literatura? De fato, essas duas áreas andam lado a lado, cada uma representa a outra, mostrando seus traços próprios mais por uma questão de valor de crítica e projeção ideológica e histórica. Na Grécia antiga, havia o costume funerário de se colocar uma moeda sob os olhos dos mortos como modo pagar por um trajeto aos céus, tradição que foi passada para a mitologia grega, segundo a qual Carontes, barqueiro de Hades, era responsável por esse trajeto no mundo dos mortos - quem não conseguisse pagar pela taxa, sofreria consequências terríveis. Taxar a literatura, por exemplo, nos traria esses resultados, pois tornaria mais inviável comprar livros, que se tornariam de elite, além de tornarem dispendioso a longo prazo para os profissionais da área. Nessa situação, a tríade indissolúvel proposta por Cândido (obra-autor-público) não ficaria tão indissolúvel assim.
Em Utopia, o estadista e filósofo inglês Thomas More (1478 - 1535) faz uma crítica a uma Inglaterra que não contempla a toda uma sociedade de com uma justiça justa, ou seja, com equidade. More vai atrás de um mundo que seja ideal para todos os indivíduos que desejam viver em uma sociedade sem as dificuldades da realidade. A obra lembra muito o ideal platônico de sociedade descrito em A República: nela, Platão defendia os ideais de uma classe em particular que precisasse de mais ajuda, qualquer fosse. A existência de filósofos em uma sociedade, segundo o autor, auxiliaria muito na escolha das melhores ideias que contribuíssem para uma excelente administração política, pois o filósofo busca uma verdade absoluta e conhecimento correto e concreto com o intuito de alcançar virtudes sinceras e uma ética moral quase não usada por muitos.
E o que a literatura tem a ver com tudo isso? A literatura promove cada vez mais acesso a conhecimento, que dá poder ao indivíduo que procura ascender a sua posição, seja social, individual, profissional. A leitura nos ajuda a ter acesso à cultura, e quanto mais cultura adquirimos, melhor compreendemos o mundo que nos cerca e interpretamos de modo mais coerente as situações que nos pedem mais seriedade e crítica. Portanto acesso aos livros é o único modo para que a sociedade se desenvolva com mais efetividade, com uma justiça que atenda a todos os cidadãos. Há diversos conteúdos que possam ser atendidos pela literatura e por meio de diversas experiências. Segundo o crítico literário brasileiro Antônio Cândido (1918 - 2017), a obra apresenta uma configuração ao mesmo tempo própria e de acordo com as condições sociais que firmam sua posição, haja vista existirem diversos fatores que contribuição com sua formação, como valores sociais, ideologias e as técnicas defendidas na época.
A literatura deve ser preservada como a forma mais concreta e ideal para se desenvolver o senso crítico e para se argumentar os acontecimentos da sociedades. O efeito prático que uma produz é deixar melhor a conduta humana e a acepção sobre o mundo, o que pode fortalecimento o sentimento sobre os verdadeiros valores sociais e de mundo. Assim o conteúdo da obra, quando verdadeira e amorosamente elaborada para o bem, põe o escritor sob o aspecto de multiplicador de motivação, modificando direta ou indiretamente a vida de seu leitor. A literatura representa, decerto, a realidade de a quem a escreve, pois a relação entre literatura e sociedade é visível devido a representar por meio da narrativa e dos versos as características de uma sociedade e de sua época. Analisar o discurso literário é muito mais que representar elementos sociais por meio da traços linguísticos, tendo em vista os fatores que Jakobson estabelece para explicar a comunicação - emissor, mensagem, destinatário, contexto, código e contato.
A realidade se torna possível em um texto para delinear o discurso humano e dá voz a uma sociedade inteira ou a um grupo específico por meio de personagens. Vemos, por exemplo, em a Ilíada e a Odisseia, de Homero, a representação de uma parcela importante da humanidade, onde se expõem, se representam e se discutem traços culturais, políticos e religiosos de uma época remota, servindo de base não somente para estudos literários, como também para filosóficos e sociológicos. A literatura entra aí repleta de elementos referenciais do mundo, um conjunto de elementos que imitam ou refletem as ações humanas por meio de uma linguagem literária, como Aristóteles analisava a realidade mimética: a verossimilhança da realidade como algo natural, assim como em um jogo entre conteúdo e ideias, o que explica Hjelmslev: “[...] para a poesia clássica, a literatura é caracterizada pela ficção enquanto forma de conteúdo, isto é, enquanto conceito ou modelo".
O que se pode entender com isso tudo? A literatura como história ou a história como literatura? De fato, essas duas áreas andam lado a lado, cada uma representa a outra, mostrando seus traços próprios mais por uma questão de valor de crítica e projeção ideológica e histórica. Na Grécia antiga, havia o costume funerário de se colocar uma moeda sob os olhos dos mortos como modo pagar por um trajeto aos céus, tradição que foi passada para a mitologia grega, segundo a qual Carontes, barqueiro de Hades, era responsável por esse trajeto no mundo dos mortos - quem não conseguisse pagar pela taxa, sofreria consequências terríveis. Taxar a literatura, por exemplo, nos traria esses resultados, pois tornaria mais inviável comprar livros, que se tornariam de elite, além de tornarem dispendioso a longo prazo para os profissionais da área. Nessa situação, a tríade indissolúvel proposta por Cândido (obra-autor-público) não ficaria tão indissolúvel assim.