TEMPORAIS (BVIW)
Se acaso olho distraída para dentro de mim, ora vejo luzes, ora vejo cinzas. Nas luzes o brilho cego, que cintila e nas cinzas um certo conforto interior, experiencias que já foram brasas vivas e hoje repousam silenciosas num cantinho de mim.
Muitas vezes sento no meu medo e saboreio um generoso pedaço de felicidade, e a saliva desce na garganta fazendo-me perceber que a fase do engolir seco já acabou.
Respiro fundo e um ar gelado percorre minhas narinas como se tivesse um halls na boca. Mastigo com vontade um pouco de esperança, cuspindo o excesso.
É hora então de dar uma polida nos vidros da janela da alma, lavar as cortinas com a essência do óbvio e saborear o gosto do aprendizado.
E com a caneta em punho, vou escrevendo as experiencias da vida, e elas desenham-se diante de meus olhos como se eu tivesse achado aquele tão sonhado pote de ouro no fim do arco-íris.
Muitas vezes as palavras não cabem na minha boca, nem no meu peito, ou mesmo nem no papel que escrevo, e transbordam desenfreadas para dentro de mim. Enroscam-se nos meus sentidos, como se fossem espirais de fumaça, tentando desenhar essa minha pressa de ser feliz.
Se eu pudesse ignorar os sentidos quando me entrego sem pensar nesse espiral de emoções, sem pressentir do que há de vir! Vejo escondendo-me dos temporais que levantam as telhas do meu sentir, derrubam minhas lembranças, alagam minha inocência e tentam mudar meus passos.
Nessa hora, sem opção, recolho-me, e entrego minha caneta e meu papel ao destino.
E num flash de realismo percebo que algumas vezes eu escrevo a vida, e nos temporais - ela me reescreve.
Tema: Sobre a escrita
Se acaso olho distraída para dentro de mim, ora vejo luzes, ora vejo cinzas. Nas luzes o brilho cego, que cintila e nas cinzas um certo conforto interior, experiencias que já foram brasas vivas e hoje repousam silenciosas num cantinho de mim.
Muitas vezes sento no meu medo e saboreio um generoso pedaço de felicidade, e a saliva desce na garganta fazendo-me perceber que a fase do engolir seco já acabou.
Respiro fundo e um ar gelado percorre minhas narinas como se tivesse um halls na boca. Mastigo com vontade um pouco de esperança, cuspindo o excesso.
É hora então de dar uma polida nos vidros da janela da alma, lavar as cortinas com a essência do óbvio e saborear o gosto do aprendizado.
E com a caneta em punho, vou escrevendo as experiencias da vida, e elas desenham-se diante de meus olhos como se eu tivesse achado aquele tão sonhado pote de ouro no fim do arco-íris.
Muitas vezes as palavras não cabem na minha boca, nem no meu peito, ou mesmo nem no papel que escrevo, e transbordam desenfreadas para dentro de mim. Enroscam-se nos meus sentidos, como se fossem espirais de fumaça, tentando desenhar essa minha pressa de ser feliz.
Se eu pudesse ignorar os sentidos quando me entrego sem pensar nesse espiral de emoções, sem pressentir do que há de vir! Vejo escondendo-me dos temporais que levantam as telhas do meu sentir, derrubam minhas lembranças, alagam minha inocência e tentam mudar meus passos.
Nessa hora, sem opção, recolho-me, e entrego minha caneta e meu papel ao destino.
E num flash de realismo percebo que algumas vezes eu escrevo a vida, e nos temporais - ela me reescreve.
Tema: Sobre a escrita