O que aconteceu comigo?
Eu fico me olhando, vendo-me até pouco tempo atrás, e não me reconheço mais no homem que fui. Será que tudo mudou de repente? Não! A mudança não foi repentina. Fazia muito tempo que eu buscava me tornar um homem livre. A minha alma era presa. Eu era escravo. Hoje, porém, sou um homem livre. Quanto mais eu vivo, mais livre eu me torno.
O que aconteceu comigo? Quem sou eu hoje? Quem serei? Quero ser apenas eu mesmo. Só preciso ser eu mesmo. Ser eu mesmo me basta. É necessário que eu seja eu mesmo.
Ah... vida! Que és tu? Quem sou eu? Sou um homem, um ser humano, uma pessoa, um indivíduo, um ser cujo ser transborda de amor. Diz um velho de cabelos brancos, no livro "Assim Falou Zaratustra" (do filósofo Nietzsche): "Este viandante não me é estranho: passou por aqui há dez anos. Chamava-se Zaratustra, mas mudou... Sim; reconheço Zaratustra. O seu olhar, no entanto, e a sua boca não revelam nenhum enfado... Zaratustra mudou, Zaratustra tornou-se menino. Zaratustra está acordado. Que vais fazer agora entre os que dormem?".
Zaratustra disse: "Falei de amor!".