EM SILÊNCIO
Um pai retornara cansado do trabalho e pensando em diminuir um pouco do seu estresse, decidiu fazer algumas perguntas de rotina para o seu filho mais velho que, diferentemente de sua esposa e do seu caçula, ainda não conseguiu um emprego estável e passa parte do seu tempo “encangando grilos” e, só uma vez ou outra, consegue resolver algumas das atividades caseiras pendentes, senão vejamos:
- Filho, tu foste ao mercado comprar a ração semanal para o cachorro? Resolveste o exercício de teu curso de matemática online que estava pendente ontem? Tentaste engraxar o teu sapato para ser usado na entrevista para a consecução de trabalho que fará amanhã pela manhã? Por acaso, fizeste algo no decorrer deste dia que daqui a pouco terminará, um pouco diferente do que fizeras ontem?
O filho ficou em silêncio o tempo todo porque sabia que para se safar ileso diante daquela bateria de perguntas feita pelo seu pai, o mais adequado seria permanecer calado, pois tudo o que dissesse de inverdades naquele momento poderia ser usado contra si minutos depois.
Aquele pai que já conhecia de há muito tempo o comportamento passivo e pouco comprometido de seu pimpolho, em momentos como aquele que já havia se tornado uma constante no seu dia a dia, resolveria a situação convidando-o para jogar, em silêncio, uma partida de videogame.
De um modo geral, crianças e adolescentes não sabem exatamente como lidar com suas frustrações ou demonstrem ser pouco tolerantes diante das decepções vivenciadas — seja nas brincadeiras, seja na realidade - e, nesses casos, uma partida de videogame serviria para “quebrar o gelo”. Nesse sentido, as perdas ou as vitórias que acontecem com frequência nos jogos, podem ajudá-los a lidar melhor com isso.
O pai desse garoto, por certo, era sabedor que os jogos devem ser usados de maneira estratégica para melhorar a maneira como os jovens lidam com as emoções diante de uma frustração. Da mesma forma, ele deve entender que os jogos ajudam a educá-los sobre as vitórias, as derrotas, a honestidade e o jogo limpo. As crianças podem aprender por meio do game que perder também faz parte da brincadeira, sendo possível recomeçar, assim como acontece na vida real.
Vimos, por fim, que o fato de o garoto ter permanecido calado enquanto seu pai o interrogava fora, em parte, benéfico para ambos, e até parece que ele já sabia que o parágrafo único do artigo 186 do Código de Processo Penal vigente reza que “o silêncio, que não importará em confissão, não poderá ser interpretado em prejuízo da defesa”, ainda que o suposto libelo seja preparado para uso em um tribunal doméstico.
Seguindo nessa linha, meus avós já diziam que “em boca fechada não entra mosquito” e isso quer nos dizer que em certas ocasiões é mais prudente manter o silêncio para evitar consequências desagradáveis, ou ter que desdizer o que eventualmente não tenha certeza que fora dito, como na proposição a seguir:
- Onde disseram que eu disse “digo”, eu juro que não disse “digo”, eu simplesmente tentei dizer “diogo”.
Neste caso, em particular, eu entendo que seria bem melhor ter ficado em silêncio.
- Filho, tu foste ao mercado comprar a ração semanal para o cachorro? Resolveste o exercício de teu curso de matemática online que estava pendente ontem? Tentaste engraxar o teu sapato para ser usado na entrevista para a consecução de trabalho que fará amanhã pela manhã? Por acaso, fizeste algo no decorrer deste dia que daqui a pouco terminará, um pouco diferente do que fizeras ontem?
O filho ficou em silêncio o tempo todo porque sabia que para se safar ileso diante daquela bateria de perguntas feita pelo seu pai, o mais adequado seria permanecer calado, pois tudo o que dissesse de inverdades naquele momento poderia ser usado contra si minutos depois.
Aquele pai que já conhecia de há muito tempo o comportamento passivo e pouco comprometido de seu pimpolho, em momentos como aquele que já havia se tornado uma constante no seu dia a dia, resolveria a situação convidando-o para jogar, em silêncio, uma partida de videogame.
De um modo geral, crianças e adolescentes não sabem exatamente como lidar com suas frustrações ou demonstrem ser pouco tolerantes diante das decepções vivenciadas — seja nas brincadeiras, seja na realidade - e, nesses casos, uma partida de videogame serviria para “quebrar o gelo”. Nesse sentido, as perdas ou as vitórias que acontecem com frequência nos jogos, podem ajudá-los a lidar melhor com isso.
O pai desse garoto, por certo, era sabedor que os jogos devem ser usados de maneira estratégica para melhorar a maneira como os jovens lidam com as emoções diante de uma frustração. Da mesma forma, ele deve entender que os jogos ajudam a educá-los sobre as vitórias, as derrotas, a honestidade e o jogo limpo. As crianças podem aprender por meio do game que perder também faz parte da brincadeira, sendo possível recomeçar, assim como acontece na vida real.
Vimos, por fim, que o fato de o garoto ter permanecido calado enquanto seu pai o interrogava fora, em parte, benéfico para ambos, e até parece que ele já sabia que o parágrafo único do artigo 186 do Código de Processo Penal vigente reza que “o silêncio, que não importará em confissão, não poderá ser interpretado em prejuízo da defesa”, ainda que o suposto libelo seja preparado para uso em um tribunal doméstico.
Seguindo nessa linha, meus avós já diziam que “em boca fechada não entra mosquito” e isso quer nos dizer que em certas ocasiões é mais prudente manter o silêncio para evitar consequências desagradáveis, ou ter que desdizer o que eventualmente não tenha certeza que fora dito, como na proposição a seguir:
- Onde disseram que eu disse “digo”, eu juro que não disse “digo”, eu simplesmente tentei dizer “diogo”.
Neste caso, em particular, eu entendo que seria bem melhor ter ficado em silêncio.