Chegou o que Faltava! E Agora o que Falta?

Durante anos as pessoas reclamaram da falta de tempo, que os prazos para tudo tinham se tornado imediatos, e que não se via mais gente produtiva, racional e criativa exercendo atividades, mas metodológicos seres implacáveis na arte de se robotizar.

Uma frequente reflexão das relações humanas descrevia pessoas sendo autores e vítimas de intempéries, que existir virou um frenético passatempo para aliviar a dor e as amarguras, já que a cura das feridas não era algo fácil, uma vez que o crônico tinha tomado conta.

Pois é! Chegou a pandemia pelo Covid-19 e o jogo mudou ou quem sabe o mundo foi posicionado de ponta a cabeça para se identificar a real posição em que estava antes, e que precisa estar agora. Não que o universo tenha parado ao contrário, ele foi desafiado a se metabolizar de outras formas que não as habitualmente, realizadas.

O que pareceu ser balela, discurso de camuflagem, hoje é questão de sobrevivência, viralizou. São exigidos cuidados e refinamento das habilidades com saúde física e mental, educação, relacionamento interpessoal, vida familiar e conjugal, relações freelance, finanças, cidadania etc.

Dentro dos lares parece sobrar gente, tempo e inquietude, nas empresas horário reduzido, produtividade sendo reavaliada, novos produtos entram em teste, segmentos jamais levados a sério privilegiados com alta de mercado, o perfil profissional requisitado também vem se modificando.

A sensação é de ter assistido a passagem de uma avalanche, onde lama e destruição é o que restou. Uns de pé, outros caídos, muitos flutuantes. A realidade convida a mover-se para algum sentido, e o tempo se alongou para muitos, possibilitando novas escolhas.

O fato é que reconstruir vidas não é tão simples, para motivar não se aciona botão, dispensar tempo requer desejo. Sendo que uma fatia se molda, enquanto a outra se descaracteriza. Não dá para todos seguirem no mesmo ritmo, cabeças pensantes são personificadas, mas certamente dá para fazer diferente, engajamento nos dias atuais é a mola, isso em todos campos da vida.

O que falta talvez seja o manejo das emoções, a compreensão de quem é e almeja, falta reconhecer a vida como um caminho de descoberta, de amadurecimento, falta enxergar o próximo como a extensão de cada um, tanto que a humanidade foi instalada num círculo giratório desde os primórdios.

O cronômetro propriamente dito, vai sempre estar presente, afinal seres humanos são findáveis enquanto matéria, e a chave que mudará o conceito de tempo é o gerenciamento dele, que para isso, precisa está ligado aos aspectos humanitários, onde está contido o discernir de certo e errado, primário e secundário, essencial e supérfluo, viver e sobreviver a depender de ponto de vista.

Algo indica que pode-se estar no caminho do beneficiamento, da convergência das boas venturas, pois a balança da desigualdade sofre uma trinca, e embora não sendo ainda sinal de tempos igualitários, já é prova do frágil conceito de invencibilidade.

O momento é oportuno para eleger a fé e o amor como protagonistas legíveis da fortaleza dos pilares vitais, numa verdadeira quebra de barreiras, pois a maior das doenças não se discemina no corpo, mas no profundo da alma, e essa indiscutivelmente deve ser tratada.

CarlaBezerra

Divina Flor
Enviado por Divina Flor em 16/08/2020
Reeditado em 16/08/2020
Código do texto: T7036650
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