Passado
Me vem à cabeça neste momento a minha, a nossa amada, amante (no bom sentido), ela – Belém do Pará.
Bem, estou já com idade acima dos 60. Farei 65 em outubro – e ficamos saudosistas nesta fase.
Desencavamos algumas coisas. As namoradas, as festas, as músicas, amigos, amigas.
Será assim, certamente, com a juventude atual, de hoje. Recordarão com nostalgia (este termo é de tempos idos) o passado.
Ali, pela metade dos anos 1970, a cidade tinha suas diversões. Nós, homens, tínhamos diversos locais de “entretenimento” – eram as boates.
Eram assim chamados os “prostíbulos”. Muitas mulheres ganharam o “pão de cada dia” nessa atividade.
Entre tantos antros do gênero da época destacaram-se o “Medalha”, Rua Vileta. Bem, já nas quintas-feiras a casa lotava. Como num samba do Luiz Américo, “casa cheia, ô, casa cheia, depois de meia-noite incendeia”.
No centro, o “Chá Corumbá” – bem frequentado, ao lado dos Correios. O “Sambar”, o “Xendengo”. Na Condor Bar São Jorge, Palácio do Bares.
“Pagode Chinês”, na Cremação.
E as “sedes”, muitos as chamavam de gafieiras. Lembro do “Norte Brasileiro”, lá na Cremação. O “Panter”, no Telégrafo.
“Imperial”, “Beira Mar”, “Santa Cruz”, “São Joaquim”, “Pedro Barbeiro” (Asa Vermelha), “Bangu”, em Canudos.
“O Garimpeiro”, bem, este prostíbulo ficava numa passagem, nunca soube o nome dela, desta passagem. Ela começava na Vileta – terminando na Timbó.
O “Copa 70” (depois o nome foi “O Ninho”), ao lado do Bosque Rodrigues Alves.
Íamos com dois ou três amigos – rolava cerveja gelada.
O gostoso era chamar uma mulher (prostitua) para sentar-se à mesa, bater um papo. Se “rolasse química” – bem, rolaria relação carnal.
Esses ambientes certamente não eram bem vistos – claro que não. Diziam os “puritanos” que seus frequentadores eram de “baixa estirpe”. “Ralés”. Bem, não era exatamente assim.
Como disse antes – a gente ao passar pela casa dos 60 começa a recordar. Eu, particularmente, relembro com satisfação o passado. Verdade.