Ratos do Auxilio Emergencial
Cogitado inicialmente para duzentos reais, foi triplicado, tornando-se seiscentos reais, pela intercessão do Congresso Nacional. Ainda assim, corresponde a apenas 57,42% do salário minimo, uma ínfima ajuda, mas, valiosa, para quem nada tem, num momento difícil, em decorrência da pandemia da cavid-19. A notícia de que, mesmo diante dessa calamidade, ainda surge alguém para se aproveitar da miséria alheia, tirando-lhe da boca, o único pão existente, é de nos causar arrepios, pelo descalabro
da corrupção. Roubar de quem só tem migalhas?
E o mais esterrecedor é que isto parte, em maioria, de funcionários públicos, comprovadamente das três esferas: municipais, estaduais e federais. Estes não tiveram perda de renda, não precisando, portanto, recorrer à ajuda emergencial, como muitas outras categorias de trabalhadores. Assim, que lhes sejam cobrados os devidos ressarcimentos aos cofres públicos, cujo prejuízo chega a quase um bilhão de reais. Já vem de longe a máxima de que “quem rouba um tostão, rouba um milhão”. E, no somatório, foram muitos milhões. Todo e qualquer roubo, independente do seu valor pecuniário, é uma prática ilícita, passível de punição. Consequentemente, mesmo com a devolução do fruto do roubo, há de ter uma punição. Houve um crime, caraterizou-se uma desonestidade, uma fraude, um ilícito múltiplo por tomar o pão de quem está faminto. Uma vergonha nacional. Um nome do Brasil, pedimos justiça.