Amor comprado

Num instante que se para, nota-se a vida frágil do afeto comprado, dos sentimentos taxados em valores monetários vendidos para quem pode mais. Um produto atraente e bem embalado, disponível em todo mercado, do mais barato ao mais caro, se é comprado não nutri o coração, de aspectos semelhantes ao natural só faz mal, quem degusta não se alimenta, pois é um preenchimento mentiroso da alma que deseja amar.

O amor comprável transborda nas prateleiras, enjoou é só trocar, dá para usar mais de um de cada vez, até três ou quatro dependendo do salário e do caráter do usuário.

fuja desse amor, guarde seu trocado para construir um sonho com alguém que procure o amor não comprado, que está por aí misturado com o verdadeiro amor.

Sobretudo os poetas que veem esse comércio as portas e não se dão a vencer pela chacota de sofrer por amor e escrevem sobre a falta do sentimentalismo nas relações, e com pesar mantém na escrita a alegria de falar do amor da vida que veio, que foi e que virá, justificado no afeto e na esperança de nunca deixar de acreditar no amor verdadeiro, o qual nenhum dinheiro pode comprar.