Fonte: blogger.
VERDADES! QUEM AS DESEJA?
Eram verdades, porém, quem as quereria? Quem gostaria de se ver nesses espelhos cuja transparência reflete o eu verdadeiro, ou, pelo menos, algum aspecto dele que não deseja revelar, ouvir, sentir, falar e, sobretudo, aceitar? Ninguém quis abrir a embalagem tão bem feita que não permitia antever ou entrever o conteúdo! No entanto, havia curiosidade permeada de receio que tinha a ver com o fator surpresa.
Se fosse a caixa de Pandora? Os receios têm a mesma dimensão da curiosidade, dois aspectos que confundem o ser humano, conquanto ambos sejam singulares. Os receios desafiam a curiosidade e, esta, desafia a coragem que vence os receios. E então? Eram verdades e ninguém as queria. Mas... que verdades seriam?
No campo das verdades há uma polêmica. São verdades, porém não absolutas ou eternas por estarem sujeitas aos contextos do momento em que vigem. São eleitas por uma sociedade e aceitas comunitariamente, até que uma outra realidade se faz presente e os princípios são reescritos e reeleitos.
Verdades são o antagonismo dos erros, das mentiras quando vistas sob o prisma moral e, no entanto, há que se pensar na percepção do objeto ou coisa que chamamos “verdade” e que pode estar oculta nas linhas escrituradas, ou gesticulada, ou ainda na oralidade de quem a manifesta.
Entretanto, ela pode estar vestida (ou travestida) da percepção de quem a manifestou, não sendo portanto, uma mentira, um engano. Simplesmente o olhar a falseou ou não. Mas ela continua ali conceituada e viva, essência dos construtos sociais, da ordem e do direito. Assim, vamos desvestindo os véus, um a um, se pudermos e soubermos, pois os véus de Ísis não são fantasias, mas guardiães de tudo o que nosso olhar ou nossa percepção é incapaz de compreender ou de definir. Mas nada nos proíbe ou nos impede de buscar! As respostas podem ser subjetivas, impalpáveis, mas estão ali.
Há verdades que desejamos encontrar e outras que queremos ignorar por estarem muito próximas de nos revelar ao outro, ou seja, nossos desejos inconfessáveis, nossas ações que se escondem em sua pequenez ou em sua fealdade. Há tantas coisas de nós mesmos! Por que as revelaríamos? A menos que estas tantas coisas sejam o prejuízo do outro, por que falar do que chamamos segredos e talvez nada mais sejam do que as tentativas de acertar que não aconteceram? Deixemo-las quietas até que desejem livremente se expor!
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Eram verdades, todavia... A pergunta persiste: quem as quereria? Quem gostaria de se ver nesses espelhos cuja transparência reflete o eu verdadeiro, ou, pelo menos, algum aspecto dele que não se deseja revelar, ouvir, sentir, falar e, sobretudo, aceitar?
08 08 2020 23.35HS
Editado em 12/08/2020
Fonte: www.senews.com.br08 08 2020 23.35HS
Editado em 12/08/2020