ME APIEDO DOS QUE SE INFERIORIZAM.

Tenho muito pena dos que não puderam ter formação por falta de exemplos ou recursos materiais, o que não aproveita a circunstância, pois na minha época eram excelentes os colégios públicos. Seria mesmo falta de condição de aprendizado por uma deficiência de apreensão. E isso se mostra vida afora claramente.

Evidentemente fui um adolescente curioso e leitor comedido nessa fase, dos clássicos, e mesmo que fosse um moleque endiabrado tinha necessidade de aprender tudo, até pela razão de ser criado por quem tinha imensa biblioteca que herdei, meu pai.

Nada que se perguntasse a meu pai como um vocábulo mais difícil, deixava não só de dizer o significado, mas pegava o livro que instruísse com largueza. Fiquei assim também. Mas nem todos puderam ter esse auxílio em casa, pais de altíssima formação, como o meu, professor de latim, português, Colégios Salesianos, festejado advogado, criminalista e jurista emérito, e magistrado. Sorte minha.

Muitos que conhecia tinham pais que desensinavam o caminho da vida e das conquistas da civilização. Alguns na dita revolução de 1964, ignorantes sociológicos, foram presos pelas suas ideias atrasadas com relação às liberdades. Uns por ignorância mesmo e frustrações próprias da inveja que queriam tirar dos outros o que ganharam com seus trabalhos e esforços, o que não conseguiram por falta de capacidade. A ferramenta era o comunismo que nem sabiam o que era em essência, ignaros que eram. Seria a gazua para se apoderarem dos bens dos que conseguiram boa situação por trabalho e competência, como aconteceu no mundo e a história conta do nefasto comunismo. Fracassados como o tal comunismo pelo qual foram presos. Bem presos.

Filho de um desses, amigo meu, pessoa simples o pai, sabendo que ia ser devassada sua casa com a chegada do movimento de 1964, que abortou o comunismo que queriam implementar, pediu que eu guardasse os livros de doutrina comunista em minha casa, a casa do Presidente do Tribunal de Justiça do Estado, homem de máximo respeito e que como eu tinha ojeriza de quem militasse contra liberdades. Logico que acedi na hora. É poeta de livros publicados e conhecidos, não cito o nome, onde aponta o fato e hoje censura fortemente essa ideia de comunismo própria da falta de formação razoável ao menos, o famigerado comunismo execrado e expulso do mundo.

Quando era adolescente abria os livros de direito de meu pai e via aquele emaranhado de leis e pensava, nunca vou entender isso.

Com 22 anos, solicitador, já fazia Tribunal de Júri com advogados formados e com dois anos de formado era o mais novo juiz do Estado.

Estranho os desígnios da vida. O melhor de toda a equação de minha vida em termos de ser ensinado, é ser útil. Essa a grande bandeira que meu pai me passou, e exerço. Muito em aulas que dei, não dou mais, só palestras agora suspensas, mas aqui é um espaço dessa amplitude, ser útil. Mas não adianta para muitos e nada posso fazer, é a problemática da falta de potencialidade para aprender. Disfunção e limitação, falta de estrutura e formação Mas declino para todos aproveitado por quem pode aproveitar e me agradece, muitos.

É a finalidade que cultivo por estes lados, a utilidade da vida, fulcradas em passagens que por vezes revejo quando em passeio por minha página. São interlocuções ocorrentes com os de maior ausência de formação, que estes manifestam com reiteração.

Já expendi por aqui enormes esclarecimentos aos de formação quase nula, nível baixíssimo, o que não importa, pois é isso que preocupa esse país nulificado e a meta da utilidade exercida.

Mas o que me deu e dá prazer, ajudar, ser útil, pacientemente, o que já gerou contato de recantistas amigos que diziam de minha exaustiva paciência. Mas sempre me deu prazer ajudar os que precisam, em disfunção absoluta. Mas alguns mais educados agradeciam formalmente dizendo muito aprender comigo. Isso me colocou e coloca muito orgulhoso do ensinamento da aula de meu pai.

Tenho gigantismo com esses, de disfunção absoluta e dificuldade em escrever a língua.

Estou acostumado com esses desdobramentos dos sem formação e exemplos, nos conflitos que dirimi, equalizei e mitiguei, ou apontei os braços da lei.

Ninguém é culpado por insuficiências. É o que lhes reservou a vida, madrasta e cruel.

Alguns, de quem me apiedo, e a essa inferiorização reconhecida e declarada ao que não devem se entregar, se dizem pessoas incultas, sem estudo, iletrados, e embora sejam necessitam melhorar a autoestima. É preciso se valorizar mesmo que não tenham cultura sólida ou mediana, falta de formação e escrevam pessimamente a língua nacional.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 10/08/2020
Código do texto: T7031540
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