Engessados.
Opressão nem sempre significa estar acuados por metralhadoras, fuzis ou tanques de guerra. Basta ser um elo flexível inserido numa corrente inflexível. Corrente que pode ser entendida como o comportamento adotado pelo meio ambiente de um determinado grupo social ou pais. Sua rigidez esmaga esse elo com a mesma obstinação que um exército age para vencer seu oponente e impor sua ideologia. Você pode estudar pesquisar, aprender apenas para seu ego, mas não pode expressar e tão pouco repassar o que aprendeu se o seu meio cultural não esta permeavel a novas idéias. Há poucos estão interessados em mudanças reais. A massa deixa claro que não quer e não tolera diferentes. Na verdade o medo do inovador já resultou em muitas perdas de vida por esse mundo afora. Há uma tentativa de criar um paradigma mundial, cuja força seja capaz de atropelar qualquer insurreição de um novo Homem – um cidadão mais consciente e menos manipulável. Vai ser muito difícil manter os altos níveis de consumo de supérfluos, quando este novo Homem for relevante no meio social. Talvez ele desista de usar o terno no país tropical, cuja temperatura oscila no verão entre vinte e quarenta graus, o que convenhamos, traje que já deveria ter se modificado, no mínimo para algo opcional e mais leve. Mas quem se arrisca a mudar esta etiqueta, perde a identidade de trabalhador, e ao quebrar esse paradigma o preço é caro; ele deixa de ser aceito e não encontra trabalho!
Sorte de quem possui ar condicionado, infelizmente ainda um artigo de luxo.
Quando aquela senhora executiva passa pelas calçadas naquele salto fino de doze centímetros de altura dá um frio na barriga. Muitas vezes o pé apontando para um lado e o salto para o outro. Ufa! Que malabarismo.
Então o que podemos fazer? No momento nada; o jeito é vestir o terno e calçar o salto alto, agüentar o suor e o perfume vencido e ir à luta, afinal a terra do carnaval e do futebol não vive sem fantasia.
E para completar a necessidade de não questionar - com as despesas não se brinca, porque vivemos ainda na era da carestia.
E uma última observação: este comportamento copiado há séculos de outras partes do planeta, onde os cidadãos são portadores do ISO Modelo esta totalmente enquadrado no que há de mais moderno - O comportamento exemplar da senhora Globalização.
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