PRECISAMOS AGRADECER CAETANO


Quantos anos de vida e alegria precisamos ter para chegar o dia de agradecer aos ídolos pela felicidade ofertada? Enquanto Caetano comemora seus 78 anos com mais de 5 décadas de contribuição para a cultura da música brasileira, fica difícil agradecer. Que o homem quando vira ícone, parece mais gênio que homem. E ouvindo-o e vendo-o cantar por mais que pareça um homem comum, a gente sente a infinitude do prazer recebido só de ouvir-lhe a voz.

Não tem como a tristeza não ir embora. Esquecemos até em que ano estamos e voltamos para as melhores épocas da música brasileira enquanto ele canta. Traduzir Caetano seria como viajar no fantástico mundo das letras e poesia. Só um conhecedor das minúcias da nossa língua saberia o tamanho da nossa dívida em agradecimento ao compositor. Assim como Carlos Drummond de Andrade brincava com recursos metalinguísticos, Caetano também o fez durante seus processos criativos e com sabedoria e graça.

O fato é que através da vastidão do seu repertório, nos perdemos no trânsito das emoções que suas canções causam. Através de cada volta em momentos anteriores, uma música faz o peito sorrir como se possuísse a ingenuidade que as primeiras sensações de estar amando oferece. É assim que Caetano conseguiu marcar a vida das pessoas. Seja com romantismo ou com protesto, seja com alegria de letras que dançam ou fazem dançar. Só faz aumentar a gratidão pelo seu legado.

A live de Caetano trouxe um repertório tocante e belo. Na verdade, faz do céu um tapete familiar que a gente deseja apenas admirar, jamais pisar, jamais esquecer de agradecer a noite, onde Caetanear foi sim, divino e maravilhoso. Thank you very much, Caetano.