A RELATIVIDADE DOS ADEREÇOS
Avesso aos adereços, sempre que pode ele esquivou-se deles, mesmo assim colecionou mais de uma duzia, pois a legislação não lhe facultava, recusá-los, assim foi espetando-os na casaca de um bruxinho que lhe foi presenteado pela esposa. Claro que ela não esperava tamanha honra, para o produto de sua tarefa, no curso de artesanato.
Tais adereços para alguns representam desequilíbrio favorável, na subida hierárquica, para outros mera formalidade, pois chegam tardiamente.
Raramente ele saia da toca e justamente numa das saídas presenciou um dos favorecidos pela relatividade, sugerindo que lhe fosse concedido um adereço dos mais cobiçados. Coisa de enojar, principalmente quando o assediado para interceder em favor do interessado, se trata de um ente político, mas enfim a coletividade não berra, pois quem sabe no amanhã um dos integrantes da coletividade, também possa beneficiar-se?
A relatividade não tem pudor e assim o enfeite, pode até constituir-se como objeto apaziguador.
- Você será reconhecido, com a outorga de um adereço! - Disse a mensagem!
Como o peito do bruxinho estava tomado de adereços, não havia mais espaço, então só restou agradecer a deferência. Coisa chata, mas necessária.