A RELATIVIDADE DOS ADEREÇOS

Avesso aos adereços, sempre que pode ele esquivou-se deles, mesmo assim colecionou mais de uma duzia, pois a legislação não lhe facultava, recusá-los, assim foi espetando-os na casaca de um bruxinho que lhe foi presenteado pela esposa. Claro que ela não esperava tamanha honra, para o produto de sua tarefa, no curso de artesanato.

Tais adereços para alguns representam desequilíbrio favorável, na subida hierárquica, para outros mera formalidade, pois chegam tardiamente.

Raramente ele saia da toca e justamente numa das saídas presenciou um dos favorecidos pela relatividade, sugerindo que lhe fosse concedido um adereço dos mais cobiçados. Coisa de enojar, principalmente quando o assediado para interceder em favor do interessado, se trata de um ente político, mas enfim a coletividade não berra, pois quem sabe no amanhã um dos integrantes da coletividade, também possa beneficiar-se?

A relatividade não tem pudor e assim o enfeite, pode até constituir-se como objeto apaziguador.

- Você será reconhecido, com a outorga de um adereço! - Disse a mensagem!

Como o peito do bruxinho estava tomado de adereços, não havia mais espaço, então só restou agradecer a deferência. Coisa chata, mas necessária.

ItamarCastro
Enviado por ItamarCastro em 07/08/2020
Reeditado em 08/08/2020
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