O HORROR! O HORROR!

ACHO que as pessoas que assistiram ao filme "Apocalipse Now" (baseado no livro "Coração das Trevas", de Conrad) lembram-se das últimas palavras do enlouquecido Coronel Krutz (vivido por Marlon Brando): "O Horror! O Horror! Refria-se à Guerra do Vietnã, o inferno gerado pelos americanos.

Pois bem, fi dessa expressão que me lembrei quando vi, pela tevê, as duas explosões em Beirute, capital do Líbano, que matou uma centena de pessoas e feriu quase quatro mil, segundo a Cruz Vermelha. O inferno. Lembrou também o 11 de setembro. Só que dessa feita não foi ato terrorista, mas resultado da irresponsabilidade das autoridades que permitiram que um carregamento de 2.750 toneladas de nitrato de amônio ficasse durante seis anos armazenada no porto de Beirute. Detalhe: em 1947 houve no Texas uma explosão dessa substância que é fertilizante e serve para fabricar explosivos e matou 581 pessoas.

Uma tragédia num país que, além da pandemia, vive uma crise olítica devido aos problemas do Irã e Arábia Saudita. O interessante e absurdo é que logo depois das explosões, o primeiro ministro, Hassan Diah, foi logo tirando o fiofó da seringa:

"É inadmissível que um carregamento de nitrato de amônio, estimado em 2.750 toneladas, esteja há seis anos, sem medidas preventivas. Isso é inaceitável não podemos permanecer calados sobre esse assunto ".

Ora, ele é o chefe do governo. A culpa é do governo. Ele está fugindo à responsabilidade. Confessando que não sabia de nada. É cinismo.E priu.

Foi muito triste e aterrador.Nem nos filmes de ficção vimo salgo tão aterrorizador. Mais: ficamos ainda mais assustados porque quem nos garante que por aqui não exista armazenamentos similares? Há fiscalização? Acho que não.

As tragédias devem ser lamentadas e também servircomo sinal de alerta para evitar o horror.Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 05/08/2020
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