UMA TERNURA CHAMADA LARRY KINLEY

Quem conheceu Larry Kinley pode se considerar uma pessoa de sorte.
Viemos para Cincinnati em 1994 e ao procurar uma Igreja para frequentarmos, , um dia paramos no Good Shepherd Church e entramos para assistir uma missa.

Quando a missa começou, entrou esse homem que parecia ter uma luz sobre sua cabeça.

E ao cantar a primeira musica nos deixou simplesmente hipnotizados. Sua voz forte, o mesmo tempo  suave, cheia de expressão tomou conta de todo o ambiente. Naquele dia tínhamos certeza que nossa Igreja seria ali.
E então todos os domingos passamos a ve-lo e nos deleitávamos com sua voz.  Era uma voz simplesmente inexplicável!

Ela ressoava em todos os cantos da Igreja e também em nossa alma. E posso apostar que ela também ressoava em muitas outras almas.
Larry era iluminado. Tinha algo em sua presença que tornava tudo meio magico. Um dia subi ao palco depois da missa para perguntar se ele tinha algum CD que eu pudesse comprar.

Ele me deu o nome da pessoa que vendia seus CD’s. Comprei todos. E não cansavamos de ouvi-lo em casa.
Nossos almoços de Domingo tinham sua voz de fundo. Aquela voz que trazia tanta paz e tanta suavidade ao nosso dia.

Começou então nossa amizade. E todos os Domingos  ir naquela Igreja era uma oração dupla: orar e ouvir Larry. Ele fazia parte de nossos domingos. E logo, de nossa vida.
Naquele tempo nossa filha Patrícia tinha 5 anos. Sentávamos lá na frente da Igreja, e ele sempre nos sorria. Acenava para ela. Tinha um carinho especial por nós. E não somente por nós, mas por cada um que falava com ele. Tinha sempre um abraço, um sorriso, um gesto.

Larry era uma pessoa que via cada um como um ser individual. Como explicar? Viamos pessoas chegarem (as vezes ficávamos na fila para poder dar-lhe um abraço) e ouvíamos que para cada pessoa ele perguntava algo pessoal. Sabia os nomes, os nomes dos filhos. Particularidades que somente ele poderia guardar e dizer e perguntar. Tinha uma doçura tão grande em sua voz. Deus lhe deu o “gift” da voz, até para falar. Seu riso, seu sorriso. Tudo nele era especial. Seus abraços eram mornos e macios.

Um homem extremamente cavalheiro e delicado. Uma delicadeza que encantava. Uma humildade que emocionava. Ele era extremamente humilde. Com aquele poder todo em sua voz, ele tinha uma grande humildade.

As vezes na Igreja notávamos quantas pessoas ele acenava. Ou vinha conversar. E na hora da missa que desejávamos a “paz” ele tinha sempre um aceno para nós. Ou um beijo jogado. Ou o sinal de Paz com suas tao bonitas mãos.
Suas mãos tão carinhosas e tão cheias de amor para dar as pessoas.

Ele era adorado pelas crianças. Tinha um jeito todo especial em entretê-las. Suas perguntas engraçadas, seu modo de olhar e rir para deles.
Assim foi com nossa filha, vendo-a crescer. Sempre dando conselhos, dizendo coisas bonitas, e carinhosas.

Existem pessoas que passam em nossa vida e fazem marcas profundas, de fogo. Larry foi um deles.
Na Pascoa, ouvir a musica “They Could Not” cantada por ele, era de emocionar qualquer um. Eu não perdia essa missa por nada nesse mundo. Ele vinha sempre elegante, em seu terno, e quando começava a cantar fazia-se um silencio sepulcral na Igreja. Não ouvíamos nem a respiração de ninguém.

Parecia que Jesus estava ali, sentado escutando-o. E ele se emocionava muito! Com o decorrer da musica, podíamos ver seus olhos cheios de lágrimas, a expressão de suas mãos, de seu corpo. Lembro de sua preocupação em conseguir cantar essa musica depois que operou o coração. E quando ele conseguiu se sentiu tão vitorioso e duplamente emocionado.
A Igreja toda aplaudiu-o de pé.

Larry era um artista. Um artista completo. De voz, e de alma. Uma pessoa humana fantástica Um em um milhão.

O ano passado quando teve um foco de câncer no pulmão, ele me disse assim: “Eu vou ficar bom, e o ano que vem estarei aqui cantando “They could not”. Abracei-o muito nesse dia. E no proximo ano, ele cantou. Maravilhosamente bem assim como em todos os anos. Algumas vezes eu podia ate enxergar Jesus ao seu lado. Em forma de luz.

E é assim que o vejo agora, quando penso nele. Minhas lágrimas são de amor e saudade. Assim como as lagrimas de minha família.
Larry era conhecido por toda minha familia e amigos no Brasil.

Sei, mas sei tão bem, que ele esta tão perto de Jesus.

Morreu dormindo nosso querido Larry. E esse tipo de morte, poucos merecem. Ele mereceu. Morreu docemente, assim como ele era. Uma pessoa doce.

Descanse em paz meu amigo. Um dia a gente vai se ver. Então vou lhe dar aquele abraço apertado. O meu amor por você, meu e de minha família, será sempre eterno.
Durma com Deus nessa nuvem que você está, fofinha e macia, cheia de Anjos.

(Cliquem no link abaixo e oucam o  Larry cantando: "Eu quero que Jesus ande comigo)

I WANT JESUS TO WALK WITH ME - LARRY KINLEY

(Escrito em 2006)

 
Mary Fioratti
Enviado por Mary Fioratti em 05/08/2020
Reeditado em 05/08/2020
Código do texto: T7026823
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