Porque nada é eterno, nem a paciência muda

Quem és tu, que divides a vida comigo, que usufrui da minha companhia, que tens minha atenção e preocupação, mas mesmo assim me desdenhas, pois saiba você que se estou ainda aqui não é pelos teus belos olhos, porque nem belos olhos tens, mas pela responsabilidade que assumi convosco de cuidar-te pra não te perderes mais, quando me dizes que tens muita vida pela frente e que estás na flor da idade penso comigo porque não me deixas aguar-te aos invés de dizer-me que existem regadores melhores que eu, aqueles que nunca te quiseram ou aqueles que nem olham pra ti com o mesmo desve-lo e cuidado que eu ou aqueles que querem tirar de ti o que lhes interessa e depois descartar-te como dantes outrora houveram feito outrens quaisquer. Não faça o inverno da tua vida ser mais frio que o necessário. Se as primaveras não dão flores tão bonitas não é por vossa culpa e sim pelas terras inférteis onde plantastes suas flores, se o verão não aquece mais teu coração é por falta de abrires todas as janelas e portas para que o sol adentre, porque o outono tentou te preparar, mas até disso dúvidaste por teu orgulho exacerbado e pela tua mediocridade infantil de achar que fostes tu a principal condutora de tua vida e nem percebestes como fostes levada pelas mãos de quem te aceitou como eras. A culpa não é vossa, senhora. O culpado sou eu.

E.Batbuta