BRINCANDO NA RUA
Cresci feito um moleque, brincando na rua.
Naquele tempo as crianças brincavam muito. Parecia que estávamos protegidos das maldades do mundo.
Cresci num bairro pacato e as crianças eram tão felizes.
Lembro bem do rosto de cada amiguinho; das nossas brincadeiras; da pureza que existia em nossos corações.
Alguns fatos foram marcantes.
Como um que vou contar agora.
Eu jogava vôlei na rua com um amiguinho e de repente bati o dedo em seu rosto, bem próximo ao seu olho.
Meu Deus! Quase morri de aflição.
Ele chorou um pouco e eu não sabia como agir, eu o acariciava, tentava consolar. Dizia que ia chamar minha mãe para examinar.
Enquanto eu tentava consolá-lo ele me garantia que não tinha acontecido nada.
Mas na minha cabecinha infantil era algo grave.
O nome dele era José Osmar.
Realmente não foi nada demais e logo já estávamos continuando nosso jogo.
Para onde foi José Osmar?
Não sei.
A lembrança ficou, a sensação que tive, o medo de tê-lo ferido mesmo sem ter a intenção.
Há coisas que guardamos eternamente no coração.