Me vi sozinha naquele banco

Saí para caminhar com uma amiga de novo. Levei meu cachorro. Conversamos sobre muitas coisas.

Nos lembramos da adolescência, de quando a minha casa se enchia de amigos no meu aniversário, víamos filme e comíamos pipoca. Era uma época boa, aos poucos esses encontros foram acabando. Por culpa minha, fui parando de juntar a galera.

Aos poucos fomos nos distanciando, que arrependimento eu tenho. Perdi grande parte desses amigos. E hoje quando reuno alguns amigos no meu aniversário já não é mais aquela galera.

A vida mudou para eles, todos se casaram, viajaram, tiveram filhos.

Eu fiquei na mesma casa e sozinha. Hoje os aniversários não são mais tão divertidos. Sinto saudade.

Agradeci por essa amiga que ainda permanece na minha vida. Nos conhecemos aos 17 anos em um curso de pré-vestibular. Ela se casou com o melhor amigo do meu irmão, fomos padrinhos deles de casamento.

Quando voltamos da caminhada nos sentamos no banquinho em frente a minha casa. E eu senti falta da alegria que eu tinha, da felicidade que eu tinha naquela época. Ela disse que de dez em dez anos passamos por uma grande mudança e nos tornamos outras pessoas. Eu devo estar mudando então. E não sinto que seja pra melhor.

Quando ela foi embora, fiquei ali sozinha naquele banco, eu e meu cachorro. Olhei pro meu portão e vi toda a mina vida. Sempre vejo, toda vez que chego em casa e me dá muita vontade de mudar de casa, de cidade e começar tudo de novo. Mas isso é sonho que o tempo leva.