SOL E CÉU

Dias quentes, céu azul, muito sol, uma esporádica brisa morna. A maioria dos dias de Mato Grosso são assim, serenos, transfixados de luz. As plantas costumam fazer seus esforços fotossintéticos com responsabilidade e alegria. As flores, de certos ângulos, parecem faiscar à luminosidade. E este sol! Desde manhãzinha atravessando seu campo azul até a borda do horizonte, tingindo nuvens de laranja, rosa e verde no início e no fim da jornada.

Os passarinhos nos fios de luz traçam caminhos pela tela celestial sem outras preocupações que não viver. Uma perturbação no oceano de ondas luminosas, um rápido bater de asas como uma carícia no ar quente. O azul preenche todo o céu, presente e afirmativo como uma verdade absoluta. Serve de plano de fundo para o tanto de vida que fervilha abaixo de si. É uma beleza imensa e gratuita à disposição de olhos cansados ou esperançosos, um porto seguro para o coração ansioso. E, no meio de tanto azul, o Sol. Como parceiro do céu. Faz a roupa grudar no corpo e a água sair quente da torneira. Valoriza a sombra das árvores e das varandas. Impregna tudo. Triunfante. Claro e direto.

É dito que as árvores do Cerrado tem mais raízes do que copa. Crescem mais para dentro do que para cima. É no mais profundo desta terra abençoada que elas encontram a umidade para sobreviver ao clima quente. A visão de horizonte quase desimpedida é característica nossa. Na cidade, onde as paredes e os muros tapam a visão, é só olhar para cima. A planície azul está lá, falando sobre distâncias longas e espaços amplos.

Tangará da Serra, 19/07/2020.

Lucimara Vaz
Enviado por Lucimara Vaz em 03/08/2020
Reeditado em 16/04/2021
Código do texto: T7024924
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