SOBRE A CURIOSIDADE.

O homem é levado pelos ventos de seus desejos, sempre querendo conhecer cada vez mais, ver muito além do que os olhos possam enxergar, pois não lhe basta olhar as estrelas brilhando no alto do firmamento, o homem deseja ir à distâncias jamais alcançadas. Lua, Marte, os confins do universo, enfim, o desenfreado desejo humano em conquistar.

Por natureza somos assim, talvez não seja pelo desejo da conquista em si, mas, pela curiosidade que corrói o mais profundo das nossas entranhas. Curiosidade essa, herdada geneticamente, advinda desde o Jardim do Éden, veja só... Deus advertiu Adão que não comesse do fruto da árvore do bem e do mal, caso o fizesse certamente morreria, e lá estava ele, determinado a cumprir com o que o pai celestial ordenou. Adão parecia determinado a obedecer, mas, já sua companheira, vencida pela curiosidade - responda-me quem nunca se deixou vencer pela curiosidade - ela se aproxima do local proibido, e lá tem o seu derradeiro encontro com um ser astucioso, especialista em provocar nossa curiosidade. A tal visita culminou no pecado, marca repassada à todo ser humano.

A curiosidade é na maioria das vezes superior ao medo.

O que existe lá fora? Somos únicos no universo? Qual o sentido da vida? O que existe depois da morte?

Essas e outras perguntas mexem com a mente de muitas pessoas. Cientistas do mundo inteiro, sempre curiosos, buscam responder as mais intrigantes perguntas, que, nem sempre são necessariamente respondidas. É sempre a curiosidade que impulsiona na descoberta de novidades. Vacinas, remédios, tecnologias, armas… E por aí vai seguindo a lista essa, aliás, jamais vai acabar. Não sou diferente de ninguém, também curioso nato, sofro da mesma doença, por vezes a curiosidade venceu meu medo, claro que me arrependi depois, mas isso não vem ao caso desta crônica.

Existe um preço para curiosidade, aqueles que desejam explorá-la devem ter em mente que essa quase regra para curiosos imprudentes tem preço. Para Adão e Eva a curiosidade levou à certa árvore, e árvore ao fruto do pecado, e nele, o preço da curiosidade, da imortalidade para mortalidade e expulsão do paraíso. Deus ofereceu o paraíso, mas, como disse um amigo, homem quis a enxada. Certo ditado diz que a curiosidade matou o gato, digo que sim, porém, a satisfação o trouxe de volta à vida. Imagine se não tivéssemos curiosidade, se fossemos passivos, lerdos, inanimados, como seria o mundo.

O homem e seu desejo em conhecer…

O homem dos dias atuais é tentado à curiosidade de outra maneira, vejam que, no recesso do seu lar, no conforto da sua casa, cada homem e mulher exercita o seu espírito de curiosidade, buscando no mundo da internet, satisfazer o seu insaciável desejo em descobrir. O Facebook e o Instagram, por exemplo, é uma ferramenta de interação social em que cada indivíduo torna-se um provocador por excelência. Levando outros ao abismo da curiosidade assim como ele mesmo será levado ao mesmo abismo. São horas é mais horas gastas com o celular nas mãos, os dedos movendo-se frenéticos para lá e pra cá, e entre uma mensagem e outra, um sorriso, o leve menear da cabeça, positiva ou negativamente, uma e outra palavra solta ao venta, lá se vai horas inteiras.

É o monstro da curiosidade dentro de nós sendo alimentado com o fruto virtual do pecado, sendo preparado para desbravar realidades ainda maiores. Eu poderia ficar horas é mais horas falando à respeito, dando exemplos, dentro e fora do livro sagrado, da vida social, e por aí vai. A curiosidade faz parte da minha e sua natureza, jamais, repito, jamais estaremos livres de sermos 'curiosos', no máximo que poderemos fazer é controlar em níveis aceitáveis ao convívio social. Entretanto, para isso acontecer com sucesso será necessário muita disciplina e esforço, coisa essa que confesso, não tenho.

Somos curiosos e pronto… Viva à curiosidade de cada dia. Vai ter gente invejosa que lhe dirá: "Isso tudo de curiosidade é fofoca", mas não ligue amigo leitor, isso é apenas uma 'inofensiva' curiosidade.

Tiago Macedo Pena
Enviado por Tiago Macedo Pena em 02/08/2020
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