Nossa escola
O ato em si é repugnante, revoltante, desolador. Invadir, roubar, destruir o que é da própria comunidade, o que é seu e meu por direito?! Ela não é um simples prédio absorto em relação aos outros ao seu redor, é nosso segundo lar e por isso merece RESPEITO. A questão não é sobre conscientização ou não conscientização, mas sobre AMOR a tudo o que ela nos representa. Amor ao que conquistamos (conquistaremos), construímos (construiremos), desfrutamos (desfrutaremos) por meio dela. Sem esta muitos continuariam ainda hoje sem renda alguma, sem nome na praça. Ela nos possibilita crescer, aprender e escolher o que queremos nos tornar no futuro.
Mesmo que uma grande parcela da sociedade a despreze, a desvalorize, ela continuará sendo nossa, sendo instrumento de luta e transformação social. A escola pública, apesar de sua estrutura nem sempre ser condizente com suas finalidades - por vezes é até desumana -, procura, ano após ano, abrir caminhos para nossos jovens adentrarem às universidades. Mesmo que este não seja, infelizmente, o sonho de muitos, mas sabemos que ela tem boas intenções.
Estamos cansados de ver e saber que nossos adolescentes enxergam a escola, o estudar, como um fardo. E não veem a hora de "terminar" os estudos - para eles (e seus pais) terminar os estudos é concluir o Ensino Médio, ou seja, terminar a Educação Básica. Nem todos têm a "ambição" de cursar o Ensino Superior - é quase impensável, a cabeça lateja só de imaginar, nos dizem. E isso é em demasia lamentável. Quantas oportunidades não perdem? Quantas realizações profissionais adiam ao pensar ou agir de tal modo? Quantas vidas limitadas, traumatizadas, simplesmente por não terem estudado apenas um pouquinho a mais? Estamos cansados de saber que o mercado de trabalho está cada vez mais exigente, cruel, seleto. E ainda pensamos que com o diploma do Ensino Médio já é mais que suficiente para competir lá fora. Pensando bem, realmente... Pobre não pode ter ambição, a lei da vida é que quem nasce pobre assim deve continuar.
Bem, se você é capaz de se contentar com esse paradigma barato no qual está implícita a mais pura forma de aceitar e reproduzir a desigualdade social, então, boa sorte, pois logo irás precisar. Ninguém vive na miséria por assim querer ou porque escolheu assim viver. Mas se você tem nas mãos a oportunidade de ser alguém, ter um nome, ter sua dignidade, mostrar ao mundo pra que veio, ou seja, "se inserir nele e não se adaptar" e tem medo ou inércia de lutar por isso, aí você escolheu reproduzir a história de vida de muitos outros... E saiba também que é mais conveniente para "determinados grupos" você agir assim.