UM CASAL DE JAPONESES



Lembro que o isolamento social começou aqui em Curitiba no dia 21 de março de 2020. Até então, não tínhamos nos conscientizado de que esta terrível pandemia poderia nos atingir. Ficamos semanas acompanhando os casos de infecção na China. Víamos na TV e nos jornais e revistas a batalha dos profissionais de saúde contra o vírus, pessoas mortas nas ruas, a construção de hospitais de campanha em tempo recorde. Assustou-nos o fato de o vírus ser desconhecido e não haver uma vacina ou remédio eficaz contra a infecção que ele causava.

Mas era lá na China...parecia tão distante de nós. Achávamos que não seríamos atingidos. Nesses primeiros dias de isolamento social, tomamos consciência de que não estávamos imunes a ele. O Covid-19 viajou e nenhuma fronteira foi capaz de detê-lo.

Nossa cidade parecia vazia, ruas sem trânsito de automóveis, pessoas recolhidas a seus lares, assustadas, receosas.

Fui ao supermercado nesse dia para abastecer a geladeira e a despensa. Não sabia quando iria às compras de novo. Ninguém ainda usava máscara. Ao chegar à porta do supermercado me deparei com algo inusitado para mim – um casal de japoneses usando máscaras. Era um casal idoso e, portanto, do grupo de risco. Ali não imaginei que o uso de máscaras se tornaria obrigatório algum tempo depois e haveria até multa para quem não as usasse.

Os orientais, de modo geral, e os japoneses, particularmente, usam máscaras há anos, assim que pressentem alguma ameaça à sua saúde. Eu mesma fiz minhas máscaras e nas raras ocasiões em que que vou ao mercado ou à farmácia, não saio sem elas. Acho que nós, brasileiros, também vamos adotar o costume daqui para a frente, mesmo após o fim desta pandemia.




 
Aloysia
Enviado por Aloysia em 30/07/2020
Reeditado em 30/07/2020
Código do texto: T7021551
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