daqui a pouco seremos “clonados”.

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Por Airton Soares

Há muito que se questiona o progresso da humanidade. Polêmicas, controvérsias das mais inflamáveis debatidas em conferências, seminários atestam um acentuado descompasso entre o progresso tecnológico e a moral do ser humano.

Somos capazes de viver em espaços siderais, conquistamos a Lua, criamos o bebê de proveta, coração artificial totalmente autônomo, de plástico e de titânio, mapeamos o genoma humano, daqui a pouco seremos “clonados”. E outros inventos “julivernianos” estão no prelo. No entanto, predomina em nós o mais alto egoísmo e ambição. Não passamos de canibais em plena era dos chips.

Daí o descompasso. Daí o questionamento. Vale a pena “endeusar” os avanços científicos e tecnológicos? Da maneira como são encarados, valorizados, não. Bem que se poderia conciliar tecnologia com humanismo.

Toda a nossa inteligência deveria ser direcionada a favor do ser humano. Infelizmente, o que se constata é o crescente aumento de criaturas robotizadas, não pensantes. Não passamos de máquinas. A única diferença é que as máquinas não sentem prazer... dor.

Se todos os problemas da humanidade fossem por incapacidade do homem, o mundo não teria um terço dos grandes flagelos que nos massacram, que nos reduzem a pó. No entanto é patente a obstinação dos grandes grupos econômicos em saciar suas gulas pecuniárias.

Em síntese, achamos que se a tecnologia não estiver voltada para a promoção do ser humano, estaremos, em curto prazo, à beira de um cataclismo universal.

Abril /1998