BOLSONARO, O LIBERTADOR
A história da humanidade está repleta de personagens que se notabilizaram por suas atitudes e que o povo, em sua sabedoria, acrescentou-lhes epítetos aos nomes para diferencia-los do restante dos mortais.
Assim tivemos Páris, o sedutor; Alexandre, o grande; Júlio Cesar, o conquistador; Vasco da Gama, o navegador, D. Manuel I, o venturoso e, diretamente ligados à História do Brasil, José Bonifácio, o patriarca da independência; Duque de Caxias, o pacificador; Princesa Isabel, a redentora e muitos outros cujos atos de heroísmo em guerras ou ações em benefício do povo se notabilizaram, mas que, nomeá-los todos, seria enfadonho.
A Climatologia demonstra inequivocamente que o regime de chuvas no Brasil é alterado quando há o aquecimento das águas do Oceano Pacífico, na altura das Ilhas Galápagos. A esse aquecimento, os cientistas deram o nome de El Niño, (o menino) porque aparece no verão do Hemisfério Sul, perto do Natal.
Esse aquecimento, cuja frequência se dá com intervalos de tempo cada vez menores devido às variações climáticas que ocorrem independentemente das ações humanas, altera a formação das nuvens de chuvas e sua distribuição geográfica determinando a escassez de precipitação pluviométrica, principalmente, no Nordeste da América do Sul, afetando integralmente os Estados do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Sergipe e o Norte da Bahia e de Minas Gerais. A essa região, os técnicos da extinta SUDENE¹ deram o nome de “Polígono das Secas” e para lá, desde sempre, foram carreadas verbas inúteis e discursos vazios.
A frequência dessas secas está documentada de:
- 1723 a 1727 (época em que ainda existia a Capitania de Pernambuco);
- 1776 a 1778 (foram distribuídas terras ribeirinhas);
- 1877 a 1879 (houve êxodo dos habitantes para a Amazônia e para demais Províncias do Brasil) o Imperador D. Pedro II visitou Pernambuco e teve a ideia da transposição das águas do Rio S. Francisco para perenizar os principais rios da região;
- 1915 a 1921 (foram criados campos de concentração na periferia de Fortaleza/CE para abrigar sertanejos famintos. Eram chamados de currais e foram os embriões dos currais eleitorais dos coronéis nordestinos. A escritora Raquel de Queiroz fez brilhante, mas terrível, descrição do que foi esse período no romance O Quinze);
- 1934 a 1937 (êxodo para São Paulo e Minas Gerais);
- 1963 a 1964 (êxodo para os demais estados não afetados pela estiagem);
- 1979 a 1985 (afetou severamente todo o polígono das secas);
- 1997 a 1999 (afetou outra vez quase todo o polígono das secas);
- 2001 (estiagem prolongada com reflexos mais severos nas regiões mais afetadas pela seca anterior);
- 2007 a 2008 (seca severa em todo o polígono das secas);
- 2010 aos nossos dias (períodos de estiagem em microrregiões dentro do polígono das secas).
Esses desastres naturais foram causa para êxodo de nativos, morte dos mais vulneráveis (entre eles os repositórios do conhecimento popular para o convívio com a região semiárida), o incremento da pobreza e a permanência do feudalismo travestido no poder dos representantes das poucas famílias abastadas que, comprando a preço irrisório ou tomando à força das armas, acumularam mais e mais terras, recursos e poder sobre os remanescentes, presas fáceis pelo despreparo acadêmico, analfabetismo endêmico e religiosidade alienante.
Muitos foram os programas idealizados para resolução do problema que se revelaram inúteis, entre eles as frentes de trabalho para construção de açudes e barreiros para acumulação de água das chuvas, quando elas chegassem, e o DNOCS² encarregado de obras permanentes, perfuração de poços, etc. com enormes somas de dinheiro jogados fora em obras inúteis ou desviados para os corruptos de plantão. Criou-se a indústria do caminhão pipa para abastecer os habitantes ao mesmo tempo em que mantém o curral eleitoral sob a norma – ou vota nos indicados pelos coronéis remanescentes ou não recebe água.
Neste século XXI em que a moralidade e o heroísmo deram lugar ao banditismo, à falcatrua, ao roubo descarado praticado pela maioria daqueles que deveriam ser exemplos de honestidade e de retidão, surge um ponto fora da curva da anormalidade corriqueira.
O Presidente Bolsonaro mandou concluir as obras de transposição das águas do Rio S. Francisco que se arrastavam por mais de dezesseis anos e em parceria com o Estado de Israel, mandou fazer capacitação dos Nordestinos para a convivência com o semiárido, porque não adianta querer brigar com o clima, ele não mudará.
É o homem quem tem que se adaptar e isso só ocorre com o aprendizado.
O Estado de Israel tem agricultura em pleno deserto de tal ordem que é exportador de hortaliças para a Europa, porque é na escola que se aprende a viver bem e a produzir independentemente do clima e das traquinagens do El Niño.
“Rios correndo, as cachoeira tão zoando, Terra moiada, mato verde, que riqueza³”
Riqueza maior traduzida na liberdade de escolher seus governantes, de não precisar trocar o voto por um copo d’água. Também por isso, podemos colocar na galeria dos notáveis da nação brasileira o nosso Presidente Bolsonaro – O Libertador.
GLOSSÁRIO
1 – Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste
2 – Departamento Nacional de Obras Contra as Secas
3 - Verso do poema A Volta da Asa Branca de Zé Dantas, musicado por Luiz Gonzaga, O Rei do Baião.