O artista
A arte não é um arquétipo com visão estereotipada; são impressões pessoais, e que sofre influência do ambiente externo. O artista não cria uma réplica caricaturada; a sua obra é genuína. Não se trata de uma visão plural, pois ninguém enxerga da mesma forma. Isso é identidade. Não gostar do que vê, é perfeitamente aceitável.
Também não é taxa ou imposto, é isento de tributos. Frida Kahlo não fez uma enquete popular, para colocar suas famosas impressões na moldura. Ela retratava as tragédias de sua vida e seus amores. Margaret Keane pintava quadros com crianças de olhos grandes, tristes e sombrios; inspiração vinda do isolamento que sofreu na infância. Cândido Portinari retratava a cultura, as mazelas e questões sociais; fruto de sua infância pobre numa fazenda de café.
Tarsila do Amaral, apesar de sua condição abastarda, teve várias fases na pintura, que vai desde as cores fortes e temas nacionais, perpassando pela pintura antropofágica, até as pintura sociais. Na fase da pintura antropofágica, um movimento contracultura europeia é intensificado no Brasil. Uma crítica à visão preconceituosa dos europeus, para com os brasileiros; visto como canibais e inferiores. Foi a partir do quadro, Abaporu, de Tarsila, que o movimento foi pensado.
O escritor, Gregório de Matos, recebeu o apelido de boca do inferno porque em seus escritos, ele satirizava e sensualizava a sociedade da época, sem nenhum pudor; inspirado nos pecados da humanidade. O que desagradou a muitos pela verdade nua e crua, e o obscuro não pode sair debaixo do tapete.
Jorge Amado, outro ícone da arte, que veio somar a lista dos fora da regra, descreve em suas obras a realidade urbana e rural da Bahia. E por aí vai; esse recorte é para reforçar o desvio do padrão, que deram muito certo, e não se calaram diante do senso comum. Muitas vezes, o nosso pensamento quer sobrepor o pensamento do outro, o que é uma violência ao direito individual. Em tempos digitais, não curte e não like.