O encontro ( O relógio do nosso universo/parte 3)
Lá estava a ponte, no meio dos dois universos, que por vezes tentaram se esquecer, mas falharam miseravelmente na missão.
Do lado direito, dia dezessete de maio de dois mil e oito, do lado esquerdo cinco de junho de dois mil e treze.
Ela pensava no doce olhar daquele menino que nunca conseguiu encontrar,mas que não deixava de amar.
Ele pensava na estonteante menina que lhe roubou o coração, mas que nunca pode demonstrar seu amor, por causa de seu atraso.
Um dia, mais um dia,e ambos não conseguiam se esquecer.
A noite chega para ela, então baixinho berra uma prece, ao Criador. Nela seu coração suplica, por uma chance de estar perto daquele a quem sempre pertenceu seu amor.
Para ele se fez manhã, e em seu coração pulsava o intenso desejo de encontrar a menina que lhe causava sobressaltos, com seus vermelhos saltos. Mas, logo ele se lembrou que era atrasado de coração, e que seu amor queria dançar sempre quando as luzes do baile se apagavam. Ele se viu num conflito,e com ímpeto resolveu soluciona-lo. Fez uma singela oração, daquelas que se rasga o coração. Em poucas palavras pediu ao Criador, que cruzasse novamente seus caminhos.
Ao ouvir essa simultânea súplica, o Criador marcou em Seu relógio a hora, o lugar e o dia exatos, para que esse amor enfim acontecesse.
A hora chegou, o banco estava lá, as flores coloriam o caminho, até os pássaros sabiam de cor a canção para embalar o momento.
Um vestido florido, e um sapato de asinhas,brincos coloridos, e passos apressados a conduziam para o encontro de sua vida. E ali ela se sentou.
Uma camisa vermelha, um tênis branco, um relógio novo, e passos vagarosos o conduziam para o encontro de sua vida. E ali ele se sentou.
E de repente,os olhos de ambos avistam o amor dançando, agarradinho, no mesmo compasso. Não existia mais, nem adiantado, nem atrasado, pois aquele era o momento certo para o sentimento se alinhar.
Com o encontro que o Criador marcou, os corações finalmente se equilibraram,e viveram se adequando,felizes enquanto a chama fumegava. E ela nunca apagou.