Pequenas histórias 201
No escondido
No escondido da pele instala-se cada um no seu canto de preocupações mudando o rumo do pensamento.
Cria-se angustias de paz não encontrada onde alguns pensam financeiramente na solução dos problemas.
Outros apenas querem fugir dos perigos doentios que aferrolham os corpos intoxicando-se nos barbitúricos da vida.
Outros ainda, na paz bucólica longe do cimento e asfalto.
Abra os seus olhos - diz o cantor -, e veja a magia do momento, deixe os mistérios para os loucos da poesia, para os insanos da paranoia cinematográfica, para as letras utópicas escritas e musicadas dos drogados, para os desvairados dos borrões de tintas incompreensíveis.
A vocês normais cabem o que sabem fazer muito bem: VIVER, viver apenas bem o cotidiano de burgueses refestelando-se nos passeios dominicais em restaurantes lotados de churrascos empobrecidos e, embebedando-se alcoolicamente nas decisões milionárias dos ídolos futebolísticos.
Abra os olhos para a alegria da morte e para a tristeza do nascimento enquanto há salvação.