NOTÍCIA DE PRIMEIRA PÁGINA (BVIW)
Foi um pedaço de tragédia unido a um último olhar. Um par de sapatos no canto da sala, e as vozes, as lembranças que falavam alto, sem voz, como num filme mudo. Uma multidão de carícias a escorregar pelos braços caídos, alastrando-se pelo chão criando rios de angustia, a boca seca e vazia de beijos, aquele caminhar sem destino, o reconstruir dos passos no aprendizado difícil da solidão.
A redescoberta do ser singular, o resgatar de gostos antigos, ensaiar risos largos, cantarolar baixinho, deixar a vida correr, fingindo felicidade.
Como se a vida fosse apenas seguindo, sem ao menos dar satisfação.Um pedaço de tragédia, como normalmente acontece em vidas: quando alguém morre, ou a casa desaba ou se incendeia, ou os furacões destroem uma cidade. Um choro embutido, vinte e quatro horas por dia, um andar sem destino.
O enrolar-se no sofá, com um prato de sopa num dia de verão, somente para aquecer a alma. E com a colher, distraidamente mover o liquido para que as letrinhas ( um necessário um toque de criança para voltar a vida) unissem-se formando palavras que dançavam entre o fumegar do prato, formando frases sem sentido. E os olhos fechavam-se inalando o momento, provando o gosto salgado das lágrimas misturadas na boca com o gosto do louro e manjericão.
Quem me dera esta morte fosse apenas notícia de primeira página...
Tema: sopa de letras em dias quentes
Foi um pedaço de tragédia unido a um último olhar. Um par de sapatos no canto da sala, e as vozes, as lembranças que falavam alto, sem voz, como num filme mudo. Uma multidão de carícias a escorregar pelos braços caídos, alastrando-se pelo chão criando rios de angustia, a boca seca e vazia de beijos, aquele caminhar sem destino, o reconstruir dos passos no aprendizado difícil da solidão.
A redescoberta do ser singular, o resgatar de gostos antigos, ensaiar risos largos, cantarolar baixinho, deixar a vida correr, fingindo felicidade.
Como se a vida fosse apenas seguindo, sem ao menos dar satisfação.Um pedaço de tragédia, como normalmente acontece em vidas: quando alguém morre, ou a casa desaba ou se incendeia, ou os furacões destroem uma cidade. Um choro embutido, vinte e quatro horas por dia, um andar sem destino.
O enrolar-se no sofá, com um prato de sopa num dia de verão, somente para aquecer a alma. E com a colher, distraidamente mover o liquido para que as letrinhas ( um necessário um toque de criança para voltar a vida) unissem-se formando palavras que dançavam entre o fumegar do prato, formando frases sem sentido. E os olhos fechavam-se inalando o momento, provando o gosto salgado das lágrimas misturadas na boca com o gosto do louro e manjericão.
Quem me dera esta morte fosse apenas notícia de primeira página...
Tema: sopa de letras em dias quentes