O almoço aos domingos.
Quando criança eu corria para perto de minha mãe e lhe perguntava bem alto “Oh mãe que é o almoço hoje em?” e ela sempre me respondia “é comida minha filha, é comida” eu sabia que ela ia responder com essas palavras, mas mesmo assim sempre lhe perguntava apenas para lhe torrar a paciência. Mãe sempre pavio curto, (agora acho que entendi a quem puxei) ficava aguniada quando eu às dez horas já estava sentada na mesa esperando o almoço e fazia isso principalmente aos domingos. “Oh fia, nem o almoço no fogo coloquei ainda” ela dizia com muita risada, “Tudo bem mãe já estou no aguardo”. Eu respondia com toda inocência e pureza de uma criança. Mas o que mamãe não sabia era que eu não estava realmente esperando o almoço, mas as conversas e gargalhadas que acontecia durante o almoço. Aos domingos nossa família se reunia e constantemente comíamos feijoada que é meu prato preferido. Vovô contava umas histórias tão lindas de como conheceu minha vovó. Tio contava de suas aventuras quando jovem, papai sempre com uma piada para animar a todos, mamãe de suas novas receitas, minha irmã falava sobre seu novo cantor de sertanejo favorito, vovó falava de seus novo kits de costura e eu... bom eu só ficava ali quietinha e observando o quanto minha família era perfeita e amorosa. Ficava ali torcendo para que o tempo parasse e que aquele momento continuasse até todo o sempre, ficava ali admirando e pensando qual é o real conceito de família, eu nunca dei bola pra isso de sangue, família é aquela que envolve amor respeito e muito carinho e isso a minha tinha de sobra, o almoço aos domingos não enchia somente a minha barriga, mas principalmente a minha alma.