Aquelas Férias, Aquele Beliche

Férias de julho. Rodrigo aproveitava aqueles dias de descanso e lazer em uma bela e espaçosa casa de praia, com alguns familiares e amigos. Havia muitos quartos, repletos de camas e beliches. Durante o dia, eram muitas atividades voltadas à diversão, tais como, aproveitar a praia junto a um sol brilhante, deitado na areia ou caindo na água, sentindo o prazer de um delicioso mergulho. Outras vezes, simplesmente sentava à orla, junto aos demais, saboreando um picolé e conversando sobre diversos assuntos, que em alguns momentos, resultavam em gostosas gargalhadas, e ainda, e em outras ocasiões, simplesmente caminhava à beira mar, sozinho ou na companhia de outros, apreciando o vento que desalinhava seus cabelos e a água que molhava seus pés.

Havia também os dias mais movimentados, regados à churrascos, com muita música e dança. Ele, não estava ali apenas por estar, estava na verdade, aproveitando cada momento daquele paraíso, participando de tudo que lhe trazia prazer e diversão.

Mas, o melhor daquelas férias aconteceu em uma noite de sábado na praia. Tinha fogueira acesa, pranchas de surfe na vertical enterradas na areia, muita comida e bebida. Além do reggae que tocava sem parar, também dançaram Hula, a típica dança havaiana. Era o primeiro luau de sua vida, já tinha ouvido falar, mas nunca estivera em um. Soube, durante a festa, que luaus eram comuns por ali, de vez em quando acontecia, sempre promovido pelos moradores do lugar.

Estava quase amanhecendo quando retornou à casa. Apesar do cansaço e do frescor da madrugada, tomou um rápido banho para tirar a areia do corpo, escovou os dentes, vestiu um calção e subiu para a parte de cima do beliche onde dormia. Foram poucos segundos para adormecer profundamente. Passava das sete da manhã, quando alguns dos provisórios moradores da casa acordaram com um ruído forte, como de algo caindo pesadamente ao chão. De imediato, levantaram-se de suas camas e ainda cambaleantes, meio sonolentos, começaram a procurar de onde o barulho poderia ter vindo. Logo depois, um deles gritou:

— Achei! Venham ver!

Qual não foi a surpresa quando viram o que tinha provocado o estrondo. No chão do quarto, agarrado à grade do beliche que se rompera, Rodrigo continuava dormindo o sono dos mortais.